sábado, 18 de julho de 2009

Das vidas que queríamos ter.

Imagino que a vida seja uma eterna busca.
No fundo estamos todos sempre procurando por algo a mais, que pode vir a ser uma resposta, uma conquista, um sinal ou uma espécie qualquer de milagre.
Estamos todos sempre à espera. Como crianças que puxam uma cadeira para perto da janela, e esticam a ponta dos dedos, porque acham que podem tocar o céu.
Vivemos o acontecido e parte do que está por acontecer. Somos quase acontecimentos.
Damos mais e mais voltas além do que pretendemos, para voltar ao lugar de onde partimos.
Temos medos imediatos, respostas curtas, resumos extensos e assuntos inacabados. Construímos planos impossíveis e nos sustentamos por sonhos inalcançáveis. Desacreditamos verdades absolutas e dispensamos as provas que se oponham às nossas ilusões. Fragmentamos teorias inteiras em pequenas partes supostas. Nos equilibramos em manobras, deslizes, tropeços e inclinações. Disciplinamos aventuras, mesmo quando movimentamos o tédio.
Inevitavelmente, nos contradizemos.
Preenchemos nossos vazios em compensações. Um amor, um projeto, uma fuga.
Escrevemos palavras soltas para prendê-las. Para torná-las quase prolongamentos; extensões das ideias, dos sentimentos, ou das vidas que queríamos ter.

4 comentários:

  1. É verdade. Você definiu em algumas palavras as nossas atitudes, as nossas vidas.
    "Desacreditamos verdades absolutas e dispensamos as provas que se oponham às nossas ilusões". E ainda acreditamos que isto é o certo a fazer. Mas será que não é? Afinal o que podemos intitular certo ou errado nesse mar de contradições?!

    Belíssima definição, [...]
    Estou acompanhando, beeijo :*

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  2. lari me add no msn

    michel-lopes@hot

    to amando teus textos :D

    sou zuanera :D

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  3. O texto ta otimo, mas adorei essa parte aqui: "Vivemos o acontecido e parte do que está por acontecer". Essas extensões de ideias, nos reflete para podermos continuar na busca etrena...


    Bjoo

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  4. Vivemos basicamente de ilusões, vivemos daquilo que esperamos e queremos que acontença mas que temos mais incerteza do que realmente certeza de que se realizará.
    Vivemos de vontades, de almejos...
    E realmente dispensamos aquilo que comprovem a ilusão.
    Não sei se é a melhor forma, mas é a que muitos encontrar para conseguir viver.

    Gostei bastante.

    Grande beijo

    P.S: Te linkei ok? ^^

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