quinta-feira, 23 de junho de 2011

Never give up


- But the important thing... is to, hum... you have to face your problems... and you should never ever, ever, ever, ever, ever give up. Never ever, ever, ever. Winston Churchill said that... I think. 


Do filme: Martian Child (Traduzido para Ensinando a Viver)

sábado, 11 de junho de 2011

(Re)conhecimento

I just want to be there when the morning light explodes
On your face it radiates
I cannot escape
I love you 'till the end

Eu abro meus olhos lentamente, nessa minha mania de abrir os olhos durante a noite e verificar se estou viva, segura. Procuro a parede cor-de-rosa do meu lado esquerdo, e noto que ela está branca agora. Susto. Ela sempre fora rosa desde uns quatro ou cinco anos atrás, quando decidi que a parede ao lado da minha cama seria bordô, e meu pai mandou pintarem de rosa bebê. Essa parede branca não é a minha parede rosa. Então abro mais um pouco os olhos, mas não me atrevo a movimento algum - ainda não sei onde estou. Vagarosamente, arrisco esticar uma das mãos para tocar na cabeceira da cama. E não há cabeceira. Então essa cama sem cabeceira também não é a minha cama. Novamente o susto. E por que é mesmo que está tudo tão claro assim de madrugada? Ah, sim. Deve ter amanhecido. É, certamente... mas, o meu quarto também não tem janelas. Essas casas antigas e conjugadas, sabe? De quando as pessoas eram cinzentas dentro de seus pequenos cômodos particulares, mas com um quintal enorme onde receber o sol. Mas aqui, aqui na cama, tão diretamente o sol? Não, esse não é o meu quarto. Céus, não é o meu quarto. Penso desesperada que algo de muito errado acontecera, e que talvez eu estivesse presa em algum sonho. Mas paro a respiração e vejo que é real. Meu cérebro dispara aquele alarme que me faz inspirar o ar novamente, com toda a força. Então inspiro e desistindo de tanto controle, solto de vez. Vou acordar, penso. E é quando um braço me envolve e alguém ao meu lado também suspira forte. Acordei ele, me lembro. ELE. E de repente estou viva. Estou viva e segura e acordada. Eu sei onde estou: ele esteve dormindo ao lado, então eu estou no lugar certo. E me viro vagarosamente para vê-lo. Para ter certeza, sabe? É a enésima noite que durmo aqui e ainda se parece tanto com um sonho, ainda guarda tanta sorte, que me acordo alheia e de repente é preciso verificar. Me viro e sim, que lindo, aqui está ele de olhos fechados, foi só um suspiro. Fecho os meus novamente e bem apertados, toda contente por dentro. Então sinto sua mão tocando de leve o meu rosto, como quem também verifica se sou eu quem está ali, e se realmente estou. Decido não abrir os olhos, deixo que ele arraste os dedos pelo meu cabelo e enfim, sorrio. Será que ele também acordara perdido? Penso, mas não pergunto. Até que bem baixinho, bem levinho, bem quietinho, ele me diz: te amo. E nessas palavras, nessa fração de minuto, é que eu me encontro. "Também te amo."

domingo, 5 de junho de 2011

Domingo

Sento na mesma cadeira de sempre, e abraçada ao mesmo travesseiro de sempre eu solto o mesmo suspiro de sempre e finjo me importar com o que está passando na televisão. Mas no fundo eu não me importo. E como sempre, eu apenas assisto. Esse é um daqueles momentos mais para dentro, sabe? É um daqueles momentos egoístas de domingo, de quando os jornais mostram divisas de territórios em crise, parentes esquecendo que são parentes para ganhar alguma vantagem, dinheiro sujo circulando em lavagens que nunca o tornam limpo... esse é um daqueles momentos em que as coisas parecem desmoronar aos poucos, e o comercial da Coca Cola tenta amenizar os impactos dizendo que os bons são maioria. E devem ser. Mas os bons também têm seus momentos mais para dentro e por algumas horas eles também não se importam. Sei disso porque não sou uma pessoa má, entende? Mas lá estou eu assistindo pequenas cenas catastróficas apenas por assistir, porque é domingo e porque eu precisava abraçar alguém e trouxe o travesseiro para suspirar comigo. Eu suspiro um ar dominical egoísta, de quem encararia melhor a frieza que se espalha lá fora, caso estivesse sempre quente por dentro. Mas eu nem sempre estou. A verdade é que eu não sou como o Sol, e estou muito mais para planeta Terra que congelaria se afastando dele apenas alguns centímetros. Mas é tão domingo hoje... e eu sentada na mesma cadeira de sempre aperto o travesseiro e suspiro outra vez. É quando meu pai, sentado do outro lado da sala, diz: você espera demais. E sinto vontade de dizer que ele também espera, que todos também esperam, mas não digo. Porque eu espero demais. Demais no sentido de durante muito tempo, ou demais no sentido de coisas grandes? Eu não sei, pai. Eu não sei, domingo. Eu tão inquieta e ansiosa, de repente estou inerte. Eu suspiro. E espero que a espera passe.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Água com açúcar

Não, menina, não chora. Isso tudo é tão pequeno, isso tudo é tão bobagem... não chora, menina. Ou eu terei que recolher suas lágrimas com um dos meus dedos, e devolvê-las todas para os seus olhos antes muito menos embaçados. Não chora, que amanhã é outro dia, e os dias seguintes são seu sempre, são para sempre. Você nem sabe, mas está tão linda com o queixo apoiado nas mãos, que nesse instante eu sinto uma vontade imensa de carregá-la em meus braços, para longe de tudo que possa fazer-lhe algum mal. E você deve ser tão leve de se carregar, mesmo com esse peso de mundo nas costas. Quem consegue chorar com tanta delicadeza certamente praticou muito. E eu não quero que você pratique mais, menina. Não se machuque, não se atormente, não se culpe, não se aflija. Não chore. Essas coisas todas são como açúcar se dissolvendo naqueles copos cheios de água - aqueles que lhe entregavam quando não sabiam como consolá-la. Essas coisas são o açúcar. E você, menina, você é a água. Você é o copo transbordando em tempestades desnecessárias. Mas você é também a calmaria de oásis curando a sede. Então não chore, não escorra, não transborde. Seja mais oásis e menos tempestade. Seja água e deixe que essas coisas sejam açúcar, deixe que essas coisas todas que pesam sobre o queixo apoiado nas mãos sejam solúveis. E por favor, menina, enquanto essas coisas se dissolvem, cuide para que - assim como a água dissolvendo o açúcar - você consiga se tornar sempre um pouco mais doce.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Ele

And they lived happily ever after. De todas as frases literárias, certamente a minha preferida. Não significando, entretanto, qualquer oposição ao Carpe Diem da fase árcade. É que o ever after sempre me fascinou muito mais do que o aproveitamento máximo de um único dia. Embora esse não seja exatamente o ponto. O ponto - que na verdade são reticências de uma longa história - é que o destino me deu um romance Carpe Diem (e) ever after, para que eu mesma o escrevesse. E porque minhas mãos e criatividade não eram suficientes, um outro personagem principal escreve comigo, enquanto me sinto deitada sob cobertores, ouvindo um conto romântico que me levará a dormir em paz. Um conto romântico que, apenas pelo seu romantismo, guarda encontros e desencontros, desses que derretem e ressolidificam o coração com tanto esmero, com tanta graça, que chega a parecer que este jamais se derreteu. No meu romance - assim como em qualquer outro que seja honesto e não fantasioso - é necessária a eternidade de muitos Carpe Diem(s) costurados, para se construir um ever after. E na vida de verdade, na vida real, nada se apaga, nada se exclui, nada se deixa de escrever. Não há páginas em branco que não sejam futuras. Não há uma última página enquanto não se perde o escritor. E todos os momentos mais simples, mais ingênuos, mais inadequados, mais secretos, mais fundos, mais improvisados, mais acidentais, mais comuns... todos os momentos são partes da história. Da nossa história, entendem? Então escrevo. Escrevemos. E esse outro personagem principal surge em minhas manhãs cinzentas, bate à minha porta com flores e sorrisos, e - Carpe Diem! - meus dias se tornam especiais. E porque no mundo tangível nada se omite por muito tempo, esse personagem é capaz de me amar assim: mais humana e desprotegida do que qualquer princesa dos meus contos de fadas. Porque no fundo, se o amor se transformasse no segundo seguinte, eu ficaria feliz em ser apenas a fada madrinha que pessoas nobres, como ele, merecem ter. Eu consertaria todas essas rachaduras do mundo, e nos abraçaríamos desse modo apertado que ele me abraça enquanto eu faço planos: ever after. E de repente a vida me parece toda tão quentinha, tão linda, tão mágica, que nesses abraços eu peço - a qualquer força, a qualquer sorte, a qualquer coisa - para que minhas páginas futuras não sejam muito diferentes das dele. Para que se não for eterno, o amor seja mesmo infinito, como a Literatura disse que seria. E para que ele continue sendo o Carpe Diem dos meus dias, e o para sempre do meu coração.

And we could live happily ever after.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Ela

Para Nicoly C.

If you want to fight, I'll stand right beside you
The day that you fall, I'll be right behind you
To pick up the pieces
If you don't believe me, just look into my eyes
'Cause the heart never lies

Naquele dia, aos onze anos, quando lhe entreguei o porta retrato - sem foto - ela me prometeu que continuaríamos amigas, independente da sala onde estudássemos. E como faz até hoje, ela disse que não queria me ver chorar por isso. Ela, aliás, não quer me ver chorar por motivo nenhum. Mas quando eu o faço, ela é a primeira a sentar-se nos degraus molhados da escada e me abraçar. Ela é a primeira a tentar me convencer de que, se eu continuar chorando, ela terminará por fazer o mesmo - e talvez para protegê-la, eu vou parando as lágrimas aos poucos, sabendo que sua intenção, na verdade, é somente me proteger.
Anos depois, aos quinze, nos sentávamos lado a lado diariamente, e trocávamos nossos bilhetes, que falavam muito menos do que nossas expressões mudas, ainda hoje tão sincronizadas e confidenciais. Naquela época, nós duas éramos três. A terceira parte, outra garota também baixinha, e tão linda com seus olhinhos com manchinhas e cores diferentes, certamente nos atraiu pessoas incríveis que talvez nunca houvéssemos conhecido. Talvez. E essa é, de todas as minhas lembranças, uma das mais fraternas e sinceras: nós três. Aquela madrugada em que saímos dançando Satellite ao som do Guster pela sala da casa dela, dopadas de sono, brigadeiro e Coca Cola. Aqueles dias em que viajamos à praia e tentamos ver o sol nascer, comendo doces e lendo revistas idiotas. Aquela noite em que assistimos filmes de terror e terminamos abraçadas as três, insones e barulhentas. Aquela esfera celeste que ninguém mais enxergaria, aqueles medos que ninguém mais entenderia, aquelas músicas que nos diziam qualquer coisa sobre easier together. E era mesmo tudo mais fácil quando estávamos juntas. Disso eu jamais esquecerei.
E hoje, aos dezoito (ou dezenove), somos novamente nós duas. Em outro cenário, em outro contexto. A nossa terceira parte, é claro, permanece conectada mesmo que não nos encontremos sempre. Mas, particularmente, quando me viro e novamente a vejo, ela, sentada ao meu lado, é quase difícil de acreditar nesse acaso todo, nessa sorte toda. Como chegamos até aqui? Aliás: como a vida nos separou e reaproximou tantas vezes, em momentos tão diferentes? E agora nossos futuros, quem diria, estão irremediavelmente embaralhados um ao outro. Eu já não sou mais a futura médica que era aos onze anos, mas ela continua sendo a futura jornalista que no fundo sempre foi. O que atesta que fui eu quem mudou de lugar. Mas, na verdade, penso agora, devo ter me mudado para o lugar certo, já que ela continua sentada ao meu lado esquerdo.
E por isso vou compará-la à bailarina clássica que eu sei que ela já sentiu vontade de ser, e direi que ambas estamos dançando em busca do nosso Aplomb* na ponta das nossas sapatilhas. Muito provavelmente ao som do Guster cantando Satellite. Talvez uma instrumental, talvez um rock... não importa tanto. Hoje é preciso apenas que ela saiba que dançamos juntas. É preciso que ela saiba que estamos e estaremos juntas. Que se fôssemos médicas, jornalistas ou bailarinas, ainda estaríamos juntas.
Porque o que o sangue não fez, a vida tem feito: ela continua sendo uma fração de mim.


*APLOMB- Aprumo. Dá-se o nome de Aplomb à elegância e ao controle perfeito do corpo e dos pés, conseguido pelo bailarino ao executar o movimento.

domingo, 17 de abril de 2011

Jor Santana

Acredito que às vezes, nas esquinas dos nossos caminhos, encontramos pessoas que merecem ser apoiadas de alguma forma. Pessoas que acreditam na arte e na vida custeada e justificada pela arte. E quando as encontramos, acredito que seja nosso dever fazer o mínimo ao nosso alcance, para que elas continuem acreditando. Então, se acreditarem em qualquer coisa semelhante, acessem e divulguem:



Jor Santana lançou seu 1º cd em 2002 no formato Voz e Violão, cantando sucessos de barzinho. Seu 2º cd, intitulado "Nascente", é totalmente autoral e inédito. O 3º cd, "Na Mira do Olhar", fez uma mix de canções próprias e outras conhecidas nacionalmente. O 4º cd, reúne as melhores da música popular brasileira. Seu mais recente trabalho foi o lançamento do seu 1º dvd ao vivo "Minha Maçã", gravado em novembro de 2009 no Teatro Waldemar de Oliveira em Recife-PE. Este dvd, desde o seu show de estreia, já apresenta grande aceitação e repercussão diante do público.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Bésame

Para E.
(Feliz Dia do Beijo)
E obrigada por tudo que já nos aconteceu desde então.




31 de Julho de 2009

"Então já se passaram exatos dez dias desde que nos beijamos pela primeira vez. E ainda parece ter acabado de acontecer. Não apenas porque esta seja a folha seguinte à daquele dia, mas porque não me desvinculo das mesmas cenas desde então. Quando tudo parecia acontecer como se houvesse sido planejado desde sempre. (...) De perto, percebo que E. tem o cheiro semelhante ao de um livro novo. E me desperta expectativas semelhantes às da primeira de centenas de páginas de um romance bom. Ele também me lembra roupa dobrada e guardada, e eu me sinto como se comemorasse a véspera de Natal: indo dormir depois de abrir presentes pelos quais esperei demais - por muito tempo e com intensidade. Sinto a mesma satisfação e quase plenitude. A mesma ansiedade pela manhã seguinte e a mesma gratidão pelas horas anteriores. Mas é tudo tão grande que quase me cobre. E me perco em novas esperas, incluindo nós dois em planos tão meus, enquanto me envolvo e me questiono: o que acontecerá daqui para frente?"

terça-feira, 12 de abril de 2011

Respeito: passe adiante



"Penso que é isto o que torna perturbadora a homossexualidade: o modo de vida homossexual muito mais que o ato sexual mesmo. Imaginar um ato sexual que não esteja conforme a lei ou a natureza, não é isso que inquieta as pessoas. Mas que indivíduos comecem a se amar, e aí está o problema. A instituição é sacudida, intensidades afetivas a atravessam, ao mesmo tempo, a dominam e perturbam. Olhe o exército: ali o amor entre homens é, incessantemente convocado e honrado. Os códigos institucionais não podem validar estas relações das intensidades múltiplas, das cores variáveis, dos movimentos imperceptíveis, das formas que se modificam. Estas relações instauram um curto-circuito e introduzem o amor onde deveria haver a lei, a regra ou o hábito".
(
Michel Foucault)

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Estrelas

Pick a star on the dark horizon
And follow the light

Domingo, 15 de Agosto de 2010

"Você desembrulhou as estrelas que eu lhe entreguei, e agora elas também iluminam as minhas noites. Elas estacionam em seus olhos, brincam comigo, e depois se mudam para os meus, porque, no fundo, o que elas querem mesmo é brincar com você. Nisso as estrelas se parecem comigo, afinal. De dentro dos meus olhos elas também querem ver os seus sorrisos, as suas inquietações, os seus sinais. Elas querem te enxergar como eu enxergo, porque até as estrelas sabem que ninguém mais te veria tão nítido assim. E elas vão aonde você vai, desde quando lhes pedi que o fizessem. Então quando você se afasta, as estrelas também me deixam, mesmo que não desapareçam. As estrelas apenas se mudam, não somem. Se mudam para te vigiar de onde eu não alcanço, e me sinalizam que você está bem. Então, desse modo, eu também estou. E tudo bem, tudo bem. Eu me pergunto se as estrelas já sabiam sobre tudo, inclusive sobre nós. Mas me pergunto, especialmente, se nós dois sabíamos sobre elas, antes de virem brincar em nossos olhos. Sabíamos? (...)"

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Newspaper



03 de Janeiro de 2008


"Agora que desisti, sinto medo de daqui a dez ou quinze anos lamentar nunca ter vestido aquela bata branca que jamais existiu, mas com a qual sonhei tantas vezes. Mas sinto mais medo de continuar apenas para não ter desistido. (...) Na verdade eu quero escrever. Colocar em palavras. Tem sido bom me imaginar assim. Talvez Jornalismo, quem sabe."

14 de Agosto de 2009

"Faltam seis semanas para o vestibular e penso que jamais me sentirei preparada. Não sei sequer se estou no caminho certo. Querer escrever talvez não seja suficiente. Afinal, quantas pessoas não o querem? Quantas não escrevem nos momentos vagos, por distração? E quantas não o fariam melhor do que eu? (...) São tantas perguntas sem resposta. Mas então penso que às vezes todos temos dúvidas. E seria tão mais fácil já possuir um esquema, um cronograma, um plano traçado. E seguir. Ou será mais fácil assim, planejando parte a parte? Mas o que se faz dos planos que se deixa para trás em nome de outros?"

25 de Fevereiro de 2010

"A partir de hoje, estou oficialmente matriculada na UFPE. Depois de horas numa fila, algumas pequenas primeiras impressões, duas amigas, e alguns calouros desconhecidos: estou matriculada. Comunicação Social - Jornalismo, turma de 2010."


07 de Abril - Dia do Jornalista
Parabéns aos bons jornalistas, e sucesso aos futuros.

terça-feira, 5 de abril de 2011

Intersecção


Uma criatura feita de duas. E de repente a palavra pronunciada sendo a mesma que se ouve escorrer sonoramente de outra boca. E o sentimento calado sendo o mesmo que pulsa no peito sobre o qual se repousa a cabeça. E os pensamentos mudos se tornando aparentes nos olhos onde a própria imagem se reflete. As extremidades já não sendo extremas, porque se emendam a outras e dois corpos se costuram em uma única matéria remodelada. E os dedos se entrelaçando enquanto as vidas seguem assim: intrinsecamente entrelaçadas, emendadas, costuradas. Porque antes dos instrumentos em nossos braços ressoarem as mesmas notas, o amor já havia traçado para as nossas almas um ponto de intersecção.

domingo, 27 de março de 2011

Sua carta (28 de Março)

Meu amor. Todas as palavras bonitas que hoje eu gostaria de enviar-lhe já foram escritas. E não pretendo repeti-las, pois bem sei que a previsibilidade é ama de leite do teu tédio. Penso agora em coisas novas, coisas boas, coisas mudadas. Mudar é quase sempre preciso, às vezes até fundamental, bem sabes. Então costuro neologismo a neologismo, para entregar-lhe um cobertor de palavras em retalhos reformados, recortados de nossos panos velhos e puídos - que costurados, são, portanto, novos. Para que te aqueças do frio de minha ausência. É madrugada e não estou ao teu lado. Não estou, aliás, em meio a ti, como sempre costumo estar quando madrugamos e preciso sentir que estamos vivos. Não estou me aninhando como me ensinastes a aninhar. Mas sinto intuitivamente que teus pés devam estar cruzados por sentirem falta de atar-se aos meus. Mas não te preocupas, o dia já vem. Vem logo e vem tão claro e tão certo. Espera. Que com o dia eu também vou, bem sabes. Aliás: sabes de tudo, não é? Há muito rompemos a época de expor mistérios fundos, das vísceras das nossas almas. Já faz tempo que meus mistérios se dissolvem nessa água salgada dos teus olhos. Essa que me corta quando escorre por um corte teu. Mas é que teu mar nos olhos ondula muito menos que o meu, que tanto flui, que tanto foge, que tanto inunda. E são teus dedos que já recolheram minhas lágrimas, que estremecem meus milímetros ao passear nas trilhas que em meu corpo desenhei para ti. E se nelas te perdes, eu digo que teus sentidos se encontraram com os meus. Estamos atados, enlaçados. Ou sinto assim, e sinto sempre. Nas vésperas ausentes em que te espero ansiosa e quase pareço perfumar o ar para que te sintas bem recebido e voltes sempre. Então nunca desapareça, nunca me esqueça - que eu te imagino dizendo: não te esqueço jamais. Enquanto te envio vibrações amorosas, o mundo dorme. E não apenas porque seja tão tarde. As pessoas estão adormecidas mesmo enquanto acordadas, e tu também reparas, eu que sei. E é quando te agradeço por impedir minha própria inércia de vida - que talvez seja a maldição mais comum às criaturas humanas. Eu te agradeço por varrer a poeira sob meus pés, e conduzir meu movimento a um estado de permanente felicidade flutuante. Eu flutuo e assim não tropeço. Eu flutuo e tu me trazes de volta ao chão quando preciso, mas me levas pela tua própria mão que, há anos, me parece a mais firme e elegante de todas as mãos. Tu iluminas o tempo, quando o tempo é de cinzas. Clareias meus pensamentos, quando minha mente se encolhe no escuro. Tu enfeitas com flores os meus canteiros, quando a estrada é de tijolos secos. Trazes melodia ao ritmo sob o qual mantenho meus passos, e caminhas comigo quando meu medo é de nos perder. Eu emendo teus atos, teus fatos, teus gestos, teus sons, teus rostos, tuas rotas, teus traços, teus pontos, teus sinais. Emendoassimsemespaços, sem-vírgulas. Eu te emendo a mim. E escrevo-lhe enviando palavras que me soaram doces, nessa sinestesia que apenas teu coração entenderá. Escrevo-lhe e assim escrevo a mim mesma, pois que já fomos emendados há algumas frases (e tempos) atrás. Escrevo-lhe porque já estás contido em tudo. E porque tudo, enfim, me parece estar contido em ti.

terça-feira, 22 de março de 2011

Papai


- Vai pra parada, que eu tô quase chegando.

E lá vai você.
Posso até imaginá-lo desligando o telefone, andando até a sala e pegando a sua camisa sempre estendida sobre uma das cadeiras. Essa mania de camisas sobre cadeiras... isso que já me irritou tanto e você sempre soube, mas nunca mudou. Até que eu deixei de recolhê-las e colocá-las para lavar mesmo limpas, porque eu mesma cansei de te irritar.
Eu posso até imaginá-lo trancando a porta e indo esperar meu ônibus na parada. Mas você sempre demora tanto que eu e o ônibus chegamos primeiro, invariavelmente. Então sou eu quem desce, te procura, e começa a caminhar ao seu encontro. Mas de repente te vejo vindo. E como se vários anos se passassem em poucos segundos, acontece: eu percebo que o tempo passou.
Eu paro e você continua andando. Mais curvado, mais rígido, mais cansado. Então sinto essa vontade enorme de te puxar por uma das mãos e dizer que a partir de agora faremos o contrário, fazendo de conta que o meu filho é você.
Mas às vezes é mesmo, não é? Às vezes sou eu quem precisa voltar para casa quando você telefona aflito para o meu celular. Às vezes sou eu quem precisa acessar a internet e te mostrar seus emails, quando um dia foi você quem me ensinou a ligar o video game e ajeitou o controle nas minhas mãos. Sou eu quem te vigia, enquanto você me permite sair sem questionar para onde eu vou. E sou eu quem volta acompanhada, te presenteando com um genro que você, generosamente, permite que durma no quarto ao lado do seu. Um genro que você admira secretamente, eu sei, porque faz a sua garotinha suspirar todos os dias, o dia todo. Então você se vira e me diz: "inevitável." Porque por anos me ouviu falar o mesmo nome e sentir as mesmas coisas. Você que, no fundo, sempre me ouviu.
E aqui estamos nós, na rua. Você vindo e eu parada. E Meu Deus, o tempo. O tempo passando. Os anos passando. Então finalmente me apresso e te alcanço, e você rudemente pergunta: "Por que não me esperou na parada?" E ao invés de responder de forma também rude, eu sorrio e não respondo. Penso em dizer que precisava vê-lo urgentemente, antes que mais anos se passassem em segundos... mas não digo nada. Me calo porque me vejo apaixonada por essa sua cautela disfarçada, de quem me busca com aparente má vontade, mas sempre, sempre, sempre me busca.
Me vejo secretamente apaixonada por essa sua lentidão que nunca combinou com minhas ansiedades, mas que sempre esteve esperando pelos meus instantes de calma. Você que mais do que qualquer outro homem ou criatura no universo, já me chamou de chata, neurótica, nervosa ou estressada. Você que mais vezes discutiu comigo por trivialidades, assuntos tão banais... O tempo passa e ainda é você quem às vezes me olha meio surpreso, meio desconfiado, como se questionasse qualquer mistério que eu não me atrevo a dissolver. Você que um dia desses me usou como exemplo numa dessas suas frases sensacionalistas e disse qualquer coisa como: "uma mulher assim que nem você.." E nem reparou que eu me voltei completamente para olhá-lo de frente, como quem pergunta: uma mulher, eu?
Mas sim, eu. Que um dia roubei o lençol da sua cama e fiz um véu para que nos casássemos. Eu hoje penso em me casar e te deixo em parte frustrado porque o noivo já não é mais você. Mas olha - e olha bem, antes que mais anos se passem - no meu coração, e na minha alma, aquele cara de bigode que me sentava no colo quando eu tinha medo do mundo e não contava a ninguém, aquele cara vai ter sempre esse amor súbito e tão grande, que hoje eu senti por você.

terça-feira, 15 de março de 2011

All around me

Papéis. Cartas. Palavras. Inspiração. Saudades. Tato. Sentido. Perfume. Travesseiro. Sonho. Vestido. Mãos. Pulseira. Desejo. Capuccino. Abraços. Livros. Blog. Frases. Jornais. Faculdade. Medicina. Pátio. Espera. Ansiedade. Esquina. Jeans. Tênis. Casaco. Presente. Romance. Música. Cordas. Violão. Notas. Quadro. Fotografia. Sorriso. Simetria. Reciprocidade. Doação. Ternura. Cobertor. Encaixe. Lembranças. Bancas. Canetas. Cadernos. Vidraça. Porta. Corredor. Tremores. Desculpas. Destino. Sorte. Dedos. Olhos. Castanhos. Segredo. Planos. Ar. Búfalos. Praça. Jaqueiras. Banco. Céu. Estrelas. Ondas. Mar. Beijos. Imenso. Agosto. Março. Vinte e um. Vinte e oito. Seis. Sempre. Passos. Eco. Riso. Cócegas. Tropeço. Segurança. Força. Fome. Vontade. Coração. Vermelho. Roxo. Açaí. Constante. Desenhos. Atlas. Bata. Branco. Escuro. Medo. Amparo. Seguir. Continuidade. Extensão. Princípio. Meio. História. Colo. Paz. Futuro. Verdade. Sentimento. Motivo. Oculto. Aparente. Escrito. Vienna. Montpellier. Belle. Jour. Toujours. Promessa. Tempo. Rotina. Necessidade. Desafio. Dedicação. Mensagem. Texto. Impulso. Ritmo. Interno. Luz. Amizade. São Salvador. Raul. Chocolates. Limão. Morango. Entropia. Acaso. Magia. Atrito. Faísca. Calor. Alma. Pressa. Contato. Fuga. Surpresa. Lar. Amor.

Everything brings me back to you.


terça-feira, 8 de março de 2011

Ainda e sempre

In your heart and in your mind,
I'll stay with you for all of time.

Eu ainda escrevo sobre você, encostando a cabeça para cochilar no meu ombro esquerdo e segurando uma de minhas mãos por baixo da banca. Escrevo porque essa cena muitas vezes ainda me salva. E eu quase não acredito: olha aqui você, ao meu lado, com ombros, cochilos e mãos. Você, ainda e sempre. Eu sinto sua temperatura e seu peso como se aquele instante de quatro anos atrás fosse agora, entende? E meu coração desmanchando-se inteiro, disparando sem freio, sem pausa, sem ritmo, sem raciocínio... assim meio às cegas, esperando pela sua surdez. Que você não percebesse, que você não percebesse, que você não percebesse. E você levou anos para perceber realmente. Mas o coração continuou disparado, nessa aceleração tão paciente, tão serena, tão tranquila. Essa aceleração que quando quase não esperava mais, esbarrou em você e atropelou a nós dois. Esse atropelamento que nem foi catástrofe: esse que foi onda do mar nos virando ao avesso e nos estirando na praia exaustos, mas felizes. Ainda e sempre.
Eu ainda escrevo sobre você, me pedindo desculpas no corredor e pressionando minhas mãos que tremiam desesperadas para te desculpar. E no que você estava errado eu nem me lembro, mas hoje tanto faz. Tanto faz, aliás, nosso hábito de birras e discussões de pátio, porque entre tantos Não(s), a palavra mais certa que já lhe ofereci foi o meu Sim. Então sim mil vezes, e mil vezes tremer as mãos e desculpar-lhe os erros. Porque o seu lado é meu acerto. Ainda e sempre.
Eu ainda escrevo sobre você, porque cada gesto seu envolve dezenas das minhas palavras e revolve todas as sensações boas que às vezes decantam escondidas e submersas na minha alma. Escrevo me surpreendendo por dentro a cada movimento e a cada alteração do seu ritmo enquanto anda, fala ou respira. Olha só, era mesmo você. É mesmo você. Será mesmo você cochilando no meu ombro, se desculpando nos meus corredores, gesticulando para minhas palavras... será você sempre numa parte irremovível de mim, entende? Ne peut pas se séparer. Aquele garoto implicante que corava o rosto exatamente como eu me esforçava para não fazer, vejam só, aquele garoto hoje me faz sentir tão segura, tão plena, tão capaz de qualquer coisa. E se aquela menina também implicante e corada pudesse me ver, haveria de estar satisfeita com o rumo que a vida tomou - ou que nós dois tomamos, levando a vida pelas mãos. Porque aquela menina, hoje, se sentiria bem perto daquilo que desejava ser. E de se sentir tanto, lhe escreveria um texto corrido, sonolento, bobo, às madrugadas e aos impulsos, para dizer que justamente você, e apenas você, era a pessoa perfeita para sentar-se na banca ao lado e encostar-se no ombro esquerdo. A pessoa ao lado de quem seguir na vida, com o coração palpitando tão forte e sem controle quanto da primeira vez. Ainda. E sempre.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Amizade: dedicação; benevolência.

Para Miguel J.
Feliz aniversário.


Então você perguntou:
- E quem vai ficar aqui comigo?
E de um lado você e a pergunta enorme com uma resposta que era ainda maior e que ultrapassava tudo. E do outro, a escada e todas as coisas pequenas que, acumuladas, também eram gigantes e quase me arrastavam. E parada ali no meio, eu sabia que se permanecesse por mais algum tempo, permaneceria definitivamente, e o tempo seria sem fim. Então não respondi. Ou respondi qualquer jogo desconexo de palavras confusas e descombinadas, para que você dissesse algo que me permitisse ir. E você disse:
- Se cuida, Lari.
E me abraçou. E abraçando, você soube que uma partezinha de mim continuaria ali sentada ao seu lado. E seus risos ainda seriam os mesmos, pelas mesmas piadas, dos seus mesmos professores preferidos. E a partezinha de mim poderia virar e dizer: não tem graça. Mas quantas coisas não tiveram graça e se tornaram dotadas de um certo encanto, trazido pelo tempo ou pela saudade. E eu fui. Deixando que aquela partezinha pudesse vigiar o engraçado que somente você entenderia, e o dolorido que também estava apenas sob sua compreensão. Eu fui, e tomei conta de mim, e dos meus próprios risos que você vinha sempre verificar, degrau a degrau, para certificar-se de que eu não estava sozinha, e de que eu ficaria bem. E ficamos todos, afinal. Porque eu pedi que cuidassem de você. E ambos sabíamos que não nos sairíamos tão mal assim, não é? Ou que simplesmente era preciso aprender a nos sair razoavelmente melhores. E onde não mais me cabia, você acomodou aquela partezinha de mim. E onde antes não haveria você, eu abri um espaço novo para nossas conversas velhas e confortáveis. Você descendo diariamente, e eu subindo. As mesmas escadas. E os mesmos cuidados.
Então se cuida. Se cuida como eu não pude cuidar, apesar de ser sua amiga e ter deixado tantas vezes que você cuidasse. De mim, para mim ou por mim. Então obrigada por, naquele dia, ter mantido em você o lugar que eu pensei ter perdido em quase todos onde eu morava. E obrigada por ter guardado a minha partezinha em segurança, para que ela o acompanhasse sempre que você sentisse minha falta. E, finalmente, obrigada por ter sentido. E por, mesmo assim, ter me deixado ir. Então se cuida. Procura essa felicidade tão grande que eu quero que você encontre. E aonde quer que você chegue, o que quer que você alcance, independente do que mude, por favor: não se vai.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Sobre botões e entregas

Seria como um corte latejante. Te cortar de mim, ou me privar de ti, seria rasgar carne da própria carne. Rasgar com ferocidade, entende? Sem botões. Porque, às vezes, de botão em botão, é como se seus dedos fossem cortantes e também rasgassem: meus temores, meus horrores. Você os desfia e me devolve os retalhos. Me devolve aos retalhos. E o que resta de mim em mim é cada vez mais livre, cada vez mais doce, cada vez mais seu. Num procedimento quase cirúrgico, é como se seus dedos cortantes extirpassem defeitos que eu sozinha não pude extirpar. Seus dedos cortantes se transformam em seguida em pétalas e se depositam sobre o meu corpo que, de repente, é quase uma flor. E somos botões e coisas que florescem, não somos? Nós florescemos sem sequer perceber. Nos regamos nos cortes, na carne, nos dedos. E desabrochamos a parte mais fértil e latejante que havia por dentro dos botões. E olha, amor, nem é primavera, mas as colheitas disso tudo serão prósperas. De estação em estação os cortes cicatrizam. E porque não me privas de ti, eu não sangro. Qualquer retalho de mim que se emende aos teus nos costura cirurgicamente. E nas tuas mãos, enfim, eu descanso e desabrocho. E me entrego.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Vinte e oito de Janeiro


Você adormece, e eu seguro o mundo no meu colo.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Band-aid


Então concluí que você poderia me descolar como um band-aid. Porque nós todos somos mesmo um pouco covardes e um pouco fracos. E é de nossa natureza moralmente debilitada esse hábito de não prolongar a dor. Mas entenda, eu não pretendia te machucar. Eu não pretendia manchar todas aquelas sensações boas e limpas que me remetiam sempre a você. E talvez por isso eu tenha tentado tanto, tantas vezes. Talvez por isso eu tenha mesmo negligenciado as suas curvas sem freio, os seus atalhos confusos e os seus caminhos desgovernados. Até perceber que não caminhava mais com você.
E caminhar era a essência da nossa amizade, não era? Então dói justamente por estar doendo e você não aparecer para curar. Dói justamente porque está doendo, e seus olhinhos - que se apertavam nos seus sorrisos - não vão ler o que escrevi. E eu gostaria que você lesse, e me procurasse, e reclamasse, e contestasse. E viesse. Se, se, se. Mas você não vem, e eu sei.
Então aqui estou meio perdida, meio confusa, meio machucada porque não consigo descolar seu band-aid de mim. E nem quero. Então de repente preciso contar-lhe as verdades que me foram privadas. Preciso contar-lhe que mentiras sinceras não me interessam se ainda forem mentiras, porque eu mesma já errei assim. Então não repete. Não se perde muito, não tropeça, não se afasta. Era isso que eu deveria ter dito, não era? Dizer que estava aqui era redundante, você sabia. Porque você sempre soube e eu sempre estive. Mas me desculpa por não ter dito onde você não deveria estar. E agora que nos perdemos um pouco, eu não sei puxar sua mão de volta para perto da minha. Olha só, eu que lhe parecia ter as respostas sensatas para tudo, não sei te buscar para junto de mim, de nós duas, de quando tudo estava bem e seus olhinhos se apertavam para sorrir com os meus.
Mas se cuida. Já que você está mesmo tão linda, tão segura, tão firme, tão convictamente sem direção, que parece quase saber aonde ir... então vai. Mas se cuida. Vai, mas não esquece que aquela garotinha que as pessoas chamavam de boba, era no fundo mais esperta e corajosa do que a maioria das outras. E o que mais profundamente desejo, é que você volte a se parecer com ela. Ela que, surpreendentemente, um dia foi você. E você que, surpreendentemente, vai ser sempre um pedacinho de mim.

sábado, 22 de janeiro de 2011

Sobre mim, sobre nós.


Recebi este desafio do Willian Wenzel, em cujos textos encontro sempre talento e sensibilidade. Preciso agradecê-lo por ter feito com que eu procurasse respostas boas de serem encontradas.

Descrição
Nome: Larissa Beltrão Barreto Lins
Idade: 18 anos
Aniversário: 30 de Março
Emprego: Nenhum (Cursando Jornalismo)

Estado Civil: Namorando, apaixonada.
Onde vive (casa ou apartamento): Casa
Irmãos: (Dois por parte de pai)
Animais: Uma cachorrinha (e uma arara no quintal)
Fuma: Não.
Bebe: Pouco.

Aparência
Piercings: Não
Tatuagens: Não
Aparelho nos dentes: Não (mas já usei)
Roupas: Jeans, shorts, blusas, vestidos, All Star, rasteirinhas, saltos... rs.

Cor dos olhos: Castanho escuro
Cor do Cabelo: Castanho escuro

Favoritos
Cor: Vermelho bordô, aquele quase vinho.
Número: 5 ou 7
Animal: Cachorro
Flor: Tenho afeto com rosas.
Comida: Massa
Sabor de Sorvete: A placa de opções da sorveteria é sempre um desafio.

Doce: Montpellier com meu amor ao lado.
Bebida Alcoólica: Aprendi uma receita de caipirinha, gosto dessa!
Tipo de música: MPB, rock não muito pesado, alguns pop rocks...
Banda/artista: Raul Seixas! Cresci ouvindo, então direi ele.

Música: ViennaBilly Joel, é linda.

Livro: A Sombra do VentoCarlos Ruiz Zafón, sem dúvidas.

Filme: (Difícil escolher, mas...) Whatever Works – Tudo Pode Dar Certo. Esse me marcou.
Programa de TV: (?)
Melhor amigo: “You’re a part time lover and a full time friend
Dia da Semana: Sábado, eu acho.
Esporte: Individuais, sempre.

Vida Amorosa
Nome da Pessoa Amada: E.
Estão juntos há quanto tempo: De namoro, quase 5 meses.
E de casados, há quanto tempo: (Ainda) nenhum tempo, rs.
Local em que se conheceram: No colégio
Foi amor à primeira vista? “E os dois se encontravam todo dia e a vontade crescia como tinha de ser (...)
Quem deu o primeiro passo? Ele
Já te deu flores? Sim
A coisa mais doce que ele te deu? A presença
Um sonho de vocês dois? Vamos fugir, mas voltamos! (Topa, amor? rs)
Uma curiosidade do casal? XXII, fiquem curiosos.
Quem tem mais ciúme? Dúvidas, mas... direi que é ele.

Ele se dá bem com a sua família? Sim
E você com a dele? Sim


Outros
Sabe dirigir? Não
Tem carro/ moto? Não
Fala outra língua? A little bit English, Espanhol de colégio, e Francês de Universidade.
Coleciona algo? Não
Fala sozinha? Em voz alta, raramente.
Se arrepende de alguma coisa? Sinceramente, sim. Não sou mais tão criança para dizer que não.
Religião: Tenho minha fé, minhas crenças, meus pedidos, meus medos, minhas perguntas. Mas não sou praticante de nenhuma especificamente.

Confia nas pessoas facilmente? É de minha natureza dizer que sim. Mas o tempo vai diminuindo a credulidade.

Perdoa facilmente: Creio que sim. Meus rancores se escondem de mim mesma, embora existam.

Se dá bem com os teus pais? Sim
Desejo antes de morrer: Algum objetivo, então: escrever livros.

Maior medo: A perda de pessoas, de diferentes modos.
Maior fraqueza: Me doer demais com coisas que, comumente, não doem.

Toca algum instrumento? (Ainda) não.

Alguma vez...
Escreveu alguma poesia? Sim
Cantou em público? Não, ainda bem.
Fez alguma performance em palco? Sim, ballet e teatro de colégio.
Andou de Patins? Desastrosamente.
Teve alguma experiência que quase morreu? Sim
Sorriu sem razão? Sem razão aparente, suponho. Razão sempre há. Mas sim, sou sortuda porque todos os dias isso acontece.
Riu tanto que chorou? Sim

Como você está se sentindo hoje? Tranquila
O que te faz feliz? Paz.
Com que roupa está agora? Short e camiseta.
Cabelo? Castanho escuro, na altura dos ombros, normal. Nesse momento preso.
Brincos? Três na orelha esquerda, e dois na direita.
Algo que você faça muito? Planejar, supor, imaginar, detalhar.

Conhece alguém que faça aniversário no mesmo dia que você? Tive uma coordenadora num antigo colégio.

Está confortável com o teu peso? Sem grandes queixas.


Acabe a frase
Gostaria de ser... escritora. E por que não jornalista?

Eu desejo... “How I wish, how I wish you were here (...)”
Muitas pessoas não sabem... se colocar no lugar das outras.

Eu sou... do signo de Peixes agora, se as alterações astrológicas forem válidas.

O meu coração é... dele, enfim.


Repassar para cinco bloggeiros:

Luiza, Fernanda, Fernando, Vicky e Tânia.