sábado, 3 de outubro de 2009

Esse.

Esse eu preferiria que nenhuma das pessoas que confiam lessem. Porque provavelmente vão sentir como se eu não confiasse mais.
E vejam só, será verdade. Eu já não confio tanto. Em todas as pessoas, em todas as autenticidades, em todos os sonhos ou em todas as promessas. É ruim parar em parte de confiar. Medir os centímetros sinceros de quilômetros de um sentimento. Como se mede?
Esse, eu preferiria que nenhuma das pessoas que confiam lessem.
Então me pergunto por que escrevi, e descubro que apenas precisava ter escrito. Como qualquer outra das minhas necessidades, foi necessário ter em palavras o que eu tenho em mim. E como para obter qualquer outra das minhas experiências, foi preciso primeiro experimentar. Então é somente isto, e logo em seguida se pode encaixar um ponto.
Quando se confia um pouco menos, também se perde um pouco mais.
E como se resgata? Eu também não sei. Como se volta a sonhar com as histórias depois que fechamos a última página do livro? E se não a fechássemos, se tornaria verdade por mais tempo?
Minha credulidade me faz falta, como a falta que se sente das pessoas de quem se gosta. E eu gostava de confiar mais. Gostava de mergulhar antes de tocar os pés na superfície, porque pouca profundidade sempre me cansa.
Como os sorrisos educados de quando não sinto vontade de sorrir. Eles me cansam. As respostas que guardo e os cumprimentos formais para quem eu não pretendia cumprimentar. Não poder ser, tanto quanto ter que parecer, me cansa. Tenho tentado ser. E apenas ser tem me bastado.
Não confio naquilo que somente parece, e que não é. Seria cansativo. E pensando bem, é não confiando tanto, que eu entendo: sentir é melhor que crer.
Sim. Sentir tem dado certo.
Na verdade, eu ainda preferiria que nenhuma das pessoas que confiam lessem.
Mas tenho um segredo que me aproxima delas.
É que há coisas que eu sinto, nas quais seria impossível não confiar.

7 comentários:

  1. Amei. Meus comentários já estão ficando repetitivos, mas é esse o sentimento que seus textos me provocam: amor.
    E sabe, não é tão grave assim não confiar, as vezes é impossível de confiar até em nós mesmos. Mas é sempre bom acreditar. Não importa em quê.

    bjaooo.

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  2. Amei o texto. Nossa tava com saudades de passar aqui!! Da um pulinho la! O beijo... otimo domingo!

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  3. Como se volta a sonhar com as histórias depois que fechamos a última página do livro? E se não a fechássemos, se tornaria verdade por mais tempo?

    será ? Acho que nunca saberemos ...

    Adorei teu post , lindo , lindo !

    Um beijo e uma boa semana .

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  4. Noossa Lah.. que lindo..
    Voce expressou exatamente como me sinto agora..
    últimamente nao tenho mais confiado em quase nada..mas não deixo de sentir as coisas..
    amei o textoo.
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    ÉÉ.. eu to bem sumida mesmo.. não sei oq tah acontecendo comigo.. eu não consigo escrever nada.. rs
    Esses dias até pensei em deletar o Blog.. mas não tive coragem.. eu gosto muiito dele.. e de todo mundo.. Vou continuar tentando.. se nao conseguir mais escrever fico só acompanhando voces.. *---------*

    Beijoo..

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  5. Ei moça , muito obrigado pelos elogios ao meu blog .

    O teu tb é uma gracinha =)
    Pois é , mais dois meses de atraso nessa bendita prova do Enem . Neim sei te dizer se isso é bom ou ruin . Mas como você mesma disse , vamos esperar pra ver como termina .

    Um beijo .

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  6. Tuas reflexões são encantadoras.

    Tão bom, menina.

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  7. Creio que foi a melhor mistura de José Saramago com Clarice Lispector que eu já li.

    Adorei Esse ^^

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