sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Vinte e oito de Janeiro


Você adormece, e eu seguro o mundo no meu colo.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Band-aid


Então concluí que você poderia me descolar como um band-aid. Porque nós todos somos mesmo um pouco covardes e um pouco fracos. E é de nossa natureza moralmente debilitada esse hábito de não prolongar a dor. Mas entenda, eu não pretendia te machucar. Eu não pretendia manchar todas aquelas sensações boas e limpas que me remetiam sempre a você. E talvez por isso eu tenha tentado tanto, tantas vezes. Talvez por isso eu tenha mesmo negligenciado as suas curvas sem freio, os seus atalhos confusos e os seus caminhos desgovernados. Até perceber que não caminhava mais com você.
E caminhar era a essência da nossa amizade, não era? Então dói justamente por estar doendo e você não aparecer para curar. Dói justamente porque está doendo, e seus olhinhos - que se apertavam nos seus sorrisos - não vão ler o que escrevi. E eu gostaria que você lesse, e me procurasse, e reclamasse, e contestasse. E viesse. Se, se, se. Mas você não vem, e eu sei.
Então aqui estou meio perdida, meio confusa, meio machucada porque não consigo descolar seu band-aid de mim. E nem quero. Então de repente preciso contar-lhe as verdades que me foram privadas. Preciso contar-lhe que mentiras sinceras não me interessam se ainda forem mentiras, porque eu mesma já errei assim. Então não repete. Não se perde muito, não tropeça, não se afasta. Era isso que eu deveria ter dito, não era? Dizer que estava aqui era redundante, você sabia. Porque você sempre soube e eu sempre estive. Mas me desculpa por não ter dito onde você não deveria estar. E agora que nos perdemos um pouco, eu não sei puxar sua mão de volta para perto da minha. Olha só, eu que lhe parecia ter as respostas sensatas para tudo, não sei te buscar para junto de mim, de nós duas, de quando tudo estava bem e seus olhinhos se apertavam para sorrir com os meus.
Mas se cuida. Já que você está mesmo tão linda, tão segura, tão firme, tão convictamente sem direção, que parece quase saber aonde ir... então vai. Mas se cuida. Vai, mas não esquece que aquela garotinha que as pessoas chamavam de boba, era no fundo mais esperta e corajosa do que a maioria das outras. E o que mais profundamente desejo, é que você volte a se parecer com ela. Ela que, surpreendentemente, um dia foi você. E você que, surpreendentemente, vai ser sempre um pedacinho de mim.

sábado, 22 de janeiro de 2011

Sobre mim, sobre nós.


Recebi este desafio do Willian Wenzel, em cujos textos encontro sempre talento e sensibilidade. Preciso agradecê-lo por ter feito com que eu procurasse respostas boas de serem encontradas.

Descrição
Nome: Larissa Beltrão Barreto Lins
Idade: 18 anos
Aniversário: 30 de Março
Emprego: Nenhum (Cursando Jornalismo)

Estado Civil: Namorando, apaixonada.
Onde vive (casa ou apartamento): Casa
Irmãos: (Dois por parte de pai)
Animais: Uma cachorrinha (e uma arara no quintal)
Fuma: Não.
Bebe: Pouco.

Aparência
Piercings: Não
Tatuagens: Não
Aparelho nos dentes: Não (mas já usei)
Roupas: Jeans, shorts, blusas, vestidos, All Star, rasteirinhas, saltos... rs.

Cor dos olhos: Castanho escuro
Cor do Cabelo: Castanho escuro

Favoritos
Cor: Vermelho bordô, aquele quase vinho.
Número: 5 ou 7
Animal: Cachorro
Flor: Tenho afeto com rosas.
Comida: Massa
Sabor de Sorvete: A placa de opções da sorveteria é sempre um desafio.

Doce: Montpellier com meu amor ao lado.
Bebida Alcoólica: Aprendi uma receita de caipirinha, gosto dessa!
Tipo de música: MPB, rock não muito pesado, alguns pop rocks...
Banda/artista: Raul Seixas! Cresci ouvindo, então direi ele.

Música: ViennaBilly Joel, é linda.

Livro: A Sombra do VentoCarlos Ruiz Zafón, sem dúvidas.

Filme: (Difícil escolher, mas...) Whatever Works – Tudo Pode Dar Certo. Esse me marcou.
Programa de TV: (?)
Melhor amigo: “You’re a part time lover and a full time friend
Dia da Semana: Sábado, eu acho.
Esporte: Individuais, sempre.

Vida Amorosa
Nome da Pessoa Amada: E.
Estão juntos há quanto tempo: De namoro, quase 5 meses.
E de casados, há quanto tempo: (Ainda) nenhum tempo, rs.
Local em que se conheceram: No colégio
Foi amor à primeira vista? “E os dois se encontravam todo dia e a vontade crescia como tinha de ser (...)
Quem deu o primeiro passo? Ele
Já te deu flores? Sim
A coisa mais doce que ele te deu? A presença
Um sonho de vocês dois? Vamos fugir, mas voltamos! (Topa, amor? rs)
Uma curiosidade do casal? XXII, fiquem curiosos.
Quem tem mais ciúme? Dúvidas, mas... direi que é ele.

Ele se dá bem com a sua família? Sim
E você com a dele? Sim


Outros
Sabe dirigir? Não
Tem carro/ moto? Não
Fala outra língua? A little bit English, Espanhol de colégio, e Francês de Universidade.
Coleciona algo? Não
Fala sozinha? Em voz alta, raramente.
Se arrepende de alguma coisa? Sinceramente, sim. Não sou mais tão criança para dizer que não.
Religião: Tenho minha fé, minhas crenças, meus pedidos, meus medos, minhas perguntas. Mas não sou praticante de nenhuma especificamente.

Confia nas pessoas facilmente? É de minha natureza dizer que sim. Mas o tempo vai diminuindo a credulidade.

Perdoa facilmente: Creio que sim. Meus rancores se escondem de mim mesma, embora existam.

Se dá bem com os teus pais? Sim
Desejo antes de morrer: Algum objetivo, então: escrever livros.

Maior medo: A perda de pessoas, de diferentes modos.
Maior fraqueza: Me doer demais com coisas que, comumente, não doem.

Toca algum instrumento? (Ainda) não.

Alguma vez...
Escreveu alguma poesia? Sim
Cantou em público? Não, ainda bem.
Fez alguma performance em palco? Sim, ballet e teatro de colégio.
Andou de Patins? Desastrosamente.
Teve alguma experiência que quase morreu? Sim
Sorriu sem razão? Sem razão aparente, suponho. Razão sempre há. Mas sim, sou sortuda porque todos os dias isso acontece.
Riu tanto que chorou? Sim

Como você está se sentindo hoje? Tranquila
O que te faz feliz? Paz.
Com que roupa está agora? Short e camiseta.
Cabelo? Castanho escuro, na altura dos ombros, normal. Nesse momento preso.
Brincos? Três na orelha esquerda, e dois na direita.
Algo que você faça muito? Planejar, supor, imaginar, detalhar.

Conhece alguém que faça aniversário no mesmo dia que você? Tive uma coordenadora num antigo colégio.

Está confortável com o teu peso? Sem grandes queixas.


Acabe a frase
Gostaria de ser... escritora. E por que não jornalista?

Eu desejo... “How I wish, how I wish you were here (...)”
Muitas pessoas não sabem... se colocar no lugar das outras.

Eu sou... do signo de Peixes agora, se as alterações astrológicas forem válidas.

O meu coração é... dele, enfim.


Repassar para cinco bloggeiros:

Luiza, Fernanda, Fernando, Vicky e Tânia.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Sem fim


Minha mãe ligando o motor do carro. Eu sentada quietinha no banco de trás. Vovó correndo até a calçada e colando a mão no vidro da minha janela. Eu ainda quietinha. Vovó batendo de leve com os dedos para que eu olhasse. E eu levantando o rosto devagarzinho. Vovó colando novamente a mão no vidro, e me sorrindo. Então eu levantando a mão lentamente para colar por dentro do mesmo vidro, por dentro da mão dela. Vovó mexendo a mão por todo o vidro da janela, para que a minha mão se mexesse em busca da dela. E eu buscando. Vovó descolando e colando a mão, enquanto eu tentava acompanhá-la. E pedacinho a pedacinho, meu sorriso crescendo em frente ao seu. Mamãe com o motor ligado, esperando nossa despedida que, na verdade, era sem fim. Uma mão, depois outra; uma batida por fora e outra por dentro. Nossos risos se encontravam finalmente, e minha mão continuava na janela enquanto o carro começava a se afastar. Vovó acenando e eu partindo com um sorriso contente porque a amava tanto que era preciso sorrir. Nada demais, entende? Mas que saudade do som da mão dela batendo no vidro para procurar pela minha.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Little light of mine

"(...) If there's a dark corner in our land,
You got to let your little light shine.
This little light of mine, I'm going to let it shine."

Olha só, Luzinha. Olha que coisas mais lindas acontecem quando você me ilumina. Olha, Luzinha, como meu sorriso vai se abrindo lentamente, pétala a pétala, e eu floresço inteira para você. Olha só os meus dedos caminhando sobre os desenhos que fazem a sua pele, e olha só como eles marcam o caminho para nunca se esquecerem de como voltar. Olha lá, Luzinha, aquelas estrelas todas, aqueles pontinhos todos faiscando na escuridão imensa: aqueles pontinhos todos não faiscam tanto quanto você, que me aquece por dentro e que me envolve a alma. Então não se apaga, Luzinha, não se afasta. Sem você é tudo tão escuro, é tudo tão vazio, é tudo tão sem cor e tão sem graça. E me pergunto como eu brilharia sozinha, se sou tão Lua e você é tão Sol. Mas não há resposta, Luzinha, não há. Há somente a vida escurecendo e clareando dia após dia, e há somente as coisas lindas que acontecem quando você me ilumina. Então vem, Luzinha, vem. Que meu abraço, meu escuro, minha alma, meus medos, meus dedos, meus caminhos, minhas pétalas e meu sorriso, precisam todos de você. E não se preocupa, apenas continua brilhando, Luzinha, continua... as coisas mais doces, as coisas mais ternas, as coisas mais certas, claras e vivas, precisam que você se acenda para acontecer.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

(Re)começo

E porque antes confessei a mim mesma, eu confesso: não sabia como (re)começar. E porque a maioria das pessoas não sabe, me convenci de que soava perfeitamente normal. Mas normal não me parece perfeição. Então me forço um (re)começo. Solto o elástico do cabelo e prendo novamente até quebrar vários fios e perder as contas de quantas várias vezes repeti os mesmos gestos. Mas hoje, eu precisava voltar a escrever. Precisava porque isso às vezes significa voltar a mim mesma. E surpreendo a quem se perguntar como curo os meus males - esses mesmos, que eu fecundo, acalento e ensino a crescer - respondendo que a cura me vem assim, fluindo e escorrendo e por isso deslizando entre os dedos, terminando em teclas ou riscos de caneta. Eu me curo também quando escrevo. Então voltei, então voltando. Assim gerúndio. Assim lento, assim progressivo e contínuo, sem fim. E desta vez eu serei minha maquiagem borrada nos olhos, meus tropeços em cerâmicas planas e superfícies niveladas, meus cílios que se curvam e me embaçam, minhas unhas tamborilando nas mesas onde sentam minhas ansiedades, meus risos presos e meus choros desesperados que descem queimando ou escapam para queimar alguém. Porque às vezes meus (re)começos precisam partir do avesso. Meus defeitos são por dentro e não os suporto tanto que sinto desejo de cortes, de sangue, de lágrimas, de qualquer coisa que os lave e carregue. Mas choro e sangro e eles ferem quem não pretendo ferir. Então avesso, mil vezes o avesso. Porque eu precisava decidir que (re)começaria, para me salvar novamente e estender essa minha terceira mão invisível que sustenta as outras duas e me traz à tona para que eu respire. Porque é desse avesso que despontam as minhas agulhas. E eu (re)começo a costurar.