As coisas permanecem calmas.
Quase como naquelas noites em que não dormimos para ouvir os sons que só se pode ouvir em silêncio. Quase como quando somos capazes de sentir o outro pela respiração.
É tudo tão quieto quanto deveria ser.
Os dias terminando, e recomeçando para terminar outra vez. Do primeiro ao último estalo, da primeira à última nota.
Passam as horas, as semanas e aquelas frações incontáveis de tempo, em que não há cronômetro ou medida para demarcar. Aquelas frações em que os movimentos acontecem todos desacelerados aos nossos olhos.
Passam os calendários, os ponteiros e as datas.
Passam também as pessoas. Apressadas, em suas pequenas vidas, em busca de seus pequenos sonhos. Pessoas atrasadas, horários ajustados, rotinas programadas e responsabilidades infindáveis. Passam todas num mesmo ritmo, atravessando ruas e existências inteiras sem parar para entender por que.
Passam os fatos. Passam os sonhos, que se realizam e depois se vão. Passam as expectativas. Passam os medos.
Passamos todos. Uns pelos outros.
Tudo tão certo quanto possível, como se estivesse programado para ser assim. Tudo ordenado, como prateleiras de livros onde não se pode tocar.
Tudo tão quieto quanto deveria ser.
E eu fico imaginando o que você faria, se eu dissesse que de todos os outros ângulos a vida está perfeita; mas continua tudo errado visto daqui.
domingo, 31 de maio de 2009
domingo, 24 de maio de 2009
Já te falei das flores?
Já te falei que algumas flores se fecham para reabrir depois?
Às vezes eu queria poder cuidar de você.
Te dizer que tudo acabará bem.
Queria poder estar ao seu lado e te deixar chorar – mesmo que você pareça tão forte que talvez nem chore. Queria poder te contar minhas histórias clichês com finais felizes. E queria te fazer acreditar.
Queria, aliás, que essas mesmas histórias clichês pudessem ser verdade. Para que eu conseguisse realizar ao menos alguns dos seus pedidos. Para que eu tivesse uma varinha, uma lâmpada ou qualquer feitiço que tornasse as coisas mais fáceis ao seu redor. Para que houvesse mágica. Para não precisar haver porquê.
Mas a realidade não costuma ser tão simples.
Se você não soubesse disto, ainda estaria sorrindo pelas mesmas bobagens que antes te faziam rir. Bobagens que agora nem te afetam. Porque agora nem tudo é tão engraçado. E não haver graça, às vezes é parte do seu amadurecimento.
Agora você sabe que está à frente de muitos que te cercam. Sabe que todos se consideram muito bons e nem sempre são. Agora você sabe que dias ruins dissolvem alguns dias bons. Sabe que em algum momento é preciso voltar para lugares de onde conseguiu partir. E sabe que num jogo, a sorte nem sempre escolhe o mesmo lado que o seu.
É aí então, que eu queria poder cuidar de você.
Te dizer que tudo acabará bem.
Que assim como as conchas, algumas flores se fecham para reabrir depois. E que mesmo fechadas, elas nos perfumam se tentarmos tocá-las.
Já te falei?
Para cada ponto que se apaga, outro deve acender. E cada um dos seus problemas também vai passar. Você não precisa esperar a calmaria que vem depois das tempestades. Eu já estou aqui.
E até que as flores voltem a se abrir, eu vou querer cuidar de você.
Às vezes eu queria poder cuidar de você.
Te dizer que tudo acabará bem.
Queria poder estar ao seu lado e te deixar chorar – mesmo que você pareça tão forte que talvez nem chore. Queria poder te contar minhas histórias clichês com finais felizes. E queria te fazer acreditar.
Queria, aliás, que essas mesmas histórias clichês pudessem ser verdade. Para que eu conseguisse realizar ao menos alguns dos seus pedidos. Para que eu tivesse uma varinha, uma lâmpada ou qualquer feitiço que tornasse as coisas mais fáceis ao seu redor. Para que houvesse mágica. Para não precisar haver porquê.
Mas a realidade não costuma ser tão simples.
Se você não soubesse disto, ainda estaria sorrindo pelas mesmas bobagens que antes te faziam rir. Bobagens que agora nem te afetam. Porque agora nem tudo é tão engraçado. E não haver graça, às vezes é parte do seu amadurecimento.
Agora você sabe que está à frente de muitos que te cercam. Sabe que todos se consideram muito bons e nem sempre são. Agora você sabe que dias ruins dissolvem alguns dias bons. Sabe que em algum momento é preciso voltar para lugares de onde conseguiu partir. E sabe que num jogo, a sorte nem sempre escolhe o mesmo lado que o seu.
É aí então, que eu queria poder cuidar de você.
Te dizer que tudo acabará bem.
Que assim como as conchas, algumas flores se fecham para reabrir depois. E que mesmo fechadas, elas nos perfumam se tentarmos tocá-las.
Já te falei?
Para cada ponto que se apaga, outro deve acender. E cada um dos seus problemas também vai passar. Você não precisa esperar a calmaria que vem depois das tempestades. Eu já estou aqui.
E até que as flores voltem a se abrir, eu vou querer cuidar de você.
MEME
Há tanto que faço sem perceber. Coisas que arrisco naturalmente, mesmo que as perca algum tempo depois. Há tanto que sinto sem confessar, porque sempre acredito que as palavras fariam os sentimentos maiores do que minha vontade de tê-los. Há tanto que me modifica, tanto que acontece sem que eu perceba. Tanto acontecendo, em acontecimento. Coisas que me tocam de forma definitiva, e que começam sem nenhuma pretensão - como se eu apenas estivesse distraída, enrolando o cabelo, não muito preocupada em parar para pensar.
-
REGRAS:
- Vá à pasta de fotos do seu computador;
- Vá à sexta pasta de fotos do seu computador;
- Coloque essa foto no blog e escreva alguma coisa sobre ela;
- Vá à sexta pasta de fotos do seu computador;
- Coloque essa foto no blog e escreva alguma coisa sobre ela;
- Convide 6 amigos(as) para participarem e fazerem o mesmo;
/Aos que quiserem fazer o meme.
quarta-feira, 20 de maio de 2009
Algo que ficou, atrás de você.
As pessoas não sabem. Quase nunca observam, quase nunca reparam.
As pessoas não percebem como, aos poucos, vão pondo objetos em seu lugar.
Como se vão lentamente, deixando, atrás de si mesmas, algumas pequenas marcas.
Como um simples enfeite pode ocupar um significado tão imenso quanto o de ser a última lembrança de alguém que passou.
Porque às vezes, é inevitável nos perdermos das pessoas que amamos.
E mais inevitável ainda, é tentarmos trazê-las de volta.
Para isso, praticamente tudo torna-se válido, quase como se o impossível não fosse nada além do ‘nunca antes tentado’.
Então, abrimos as caixas onde havíamos guardado todas as nossas aventuras, todas as nossas fantasias e todas as loucuras – e encontramos as bobagens que nos trazem a chance de resgatar o que perdemos.
Quem poderia nos condenar?
É a tentativa de puxar para a superfície um sentimento que pouco a pouco vai afundando.
A vontade de recuperar o tempo que perdemos sem notar, enquanto alguém que estava ao nosso lado, se modificava para algo sem retorno.
Uma foto. Um ingresso. Um bilhete de todas as linhas preenchidas por infantilidades. Um adesivo. Um chaveiro das chaves que nunca usamos. Um recorte. Um presente. Uma pulseira. Um cartão. Uma frase boba escrita num guardanapo. Um botão. Um embrulho. Um convite da festa em que dançamos até o sol nos buscar. Uma concha. Um pingente. Uma fita. Um cd, uma música, um romance.
Cada coisa guarda um instante e, em alguns casos, instantes são eternidades.
Objetos que nos contam histórias inteiras.
Lembranças que, às vezes, são o que nos resta para ter certeza de que realmente aconteceu.
As pessoas não percebem como, aos poucos, vão pondo objetos em seu lugar.
Como se vão lentamente, deixando, atrás de si mesmas, algumas pequenas marcas.
Como um simples enfeite pode ocupar um significado tão imenso quanto o de ser a última lembrança de alguém que passou.
Porque às vezes, é inevitável nos perdermos das pessoas que amamos.
E mais inevitável ainda, é tentarmos trazê-las de volta.
Para isso, praticamente tudo torna-se válido, quase como se o impossível não fosse nada além do ‘nunca antes tentado’.
Então, abrimos as caixas onde havíamos guardado todas as nossas aventuras, todas as nossas fantasias e todas as loucuras – e encontramos as bobagens que nos trazem a chance de resgatar o que perdemos.
Quem poderia nos condenar?
É a tentativa de puxar para a superfície um sentimento que pouco a pouco vai afundando.
A vontade de recuperar o tempo que perdemos sem notar, enquanto alguém que estava ao nosso lado, se modificava para algo sem retorno.
Uma foto. Um ingresso. Um bilhete de todas as linhas preenchidas por infantilidades. Um adesivo. Um chaveiro das chaves que nunca usamos. Um recorte. Um presente. Uma pulseira. Um cartão. Uma frase boba escrita num guardanapo. Um botão. Um embrulho. Um convite da festa em que dançamos até o sol nos buscar. Uma concha. Um pingente. Uma fita. Um cd, uma música, um romance.
Cada coisa guarda um instante e, em alguns casos, instantes são eternidades.
Objetos que nos contam histórias inteiras.
Lembranças que, às vezes, são o que nos resta para ter certeza de que realmente aconteceu.
segunda-feira, 11 de maio de 2009
Ela estaria salva.
Era como se o mundo estivesse desabando.
Como se fosse preciso encontrar um atalho, uma fuga imediata que a livrasse de tudo aquilo.
Parecia-lhe surpreendentemente difícil ser parte de algo onde já não se enquadrava. Lugares que costumavam oferecer tanta segurança e estabilidade, agora pareciam tão incertos quanto castelos de areia diante do mar.
As certezas mudavam, as pessoas também.
E era preciso acostumar-se.
Sentia como se estivesse correndo, escapando, dividida em pequenas partes de si mesma. Deixando uma fração sua em cada esquina, em cada parada, em cada sorriso que forçava para parecer bem diante dos outros.
Bastava-lhe evitar perguntas, economizar respostas, poupar-se do trabalho de explicar o que quase ninguém se preocuparia em entender.
Ela apenas desejava sentir-se livre. Estar em um lugar novo a cada dia, onde fosse sempre possível reinventar-se, mudar os rumos, refazer as próprias escolhas sem que lhe cobrassem um motivo. Fugir para onde bastasse ser ela mesma, sem interrogações. Ser levada para longe durante algum tempo, por qualquer pessoa. Por oito simples palavras.
“Segure a minha mão. Tudo vai ficar bem.”
Era muito mais que o bastante.
E assim, ela estaria salva.
Como se fosse preciso encontrar um atalho, uma fuga imediata que a livrasse de tudo aquilo.
Parecia-lhe surpreendentemente difícil ser parte de algo onde já não se enquadrava. Lugares que costumavam oferecer tanta segurança e estabilidade, agora pareciam tão incertos quanto castelos de areia diante do mar.
As certezas mudavam, as pessoas também.
E era preciso acostumar-se.
Sentia como se estivesse correndo, escapando, dividida em pequenas partes de si mesma. Deixando uma fração sua em cada esquina, em cada parada, em cada sorriso que forçava para parecer bem diante dos outros.
Bastava-lhe evitar perguntas, economizar respostas, poupar-se do trabalho de explicar o que quase ninguém se preocuparia em entender.
Ela apenas desejava sentir-se livre. Estar em um lugar novo a cada dia, onde fosse sempre possível reinventar-se, mudar os rumos, refazer as próprias escolhas sem que lhe cobrassem um motivo. Fugir para onde bastasse ser ela mesma, sem interrogações. Ser levada para longe durante algum tempo, por qualquer pessoa. Por oito simples palavras.
“Segure a minha mão. Tudo vai ficar bem.”
Era muito mais que o bastante.
E assim, ela estaria salva.
domingo, 3 de maio de 2009
No sorriso de alguém.
Eu nunca pensei que o mundo coubesse no sorriso de alguém.
Mas se me mandassem arrumar todos os meus pensamentos numa simples mochila, se me mandassem ir embora apenas, sem despedidas e sem adeus, e eu precisasse escolher o que colocar dentro dela, tentaria levar aquele sorriso.
Talvez não seja o mais especial dos sorrisos. Talvez não seja o que todas as pessoas considerariam o mais bonito. Talvez não seja tão aberto, tão completo ou tão inteiro.
Mas é o meu sorriso preferido.
É meio indeciso, meio nervoso, meio inseguro. É um sorriso que não sabe com certeza se deve rir. Um sorriso de quem está pensando alguma coisa suspeita, alguma coisa que não se pode adivinhar. E ninguém sabe. Ninguém precisa saber.
Ninguém precisa entender o que eu não saberia explicar.
Se torna o bastante sorrir de volta.
E então eu sei, que se eu tivesse que ir, arrumar a bagagem e partir, levaria comigo os instantes, os motivos e os porquês desse sorriso.
E teria o meu mundo na mochila. Meu mundo no sorriso de alguém.
Mas se me mandassem arrumar todos os meus pensamentos numa simples mochila, se me mandassem ir embora apenas, sem despedidas e sem adeus, e eu precisasse escolher o que colocar dentro dela, tentaria levar aquele sorriso.
Talvez não seja o mais especial dos sorrisos. Talvez não seja o que todas as pessoas considerariam o mais bonito. Talvez não seja tão aberto, tão completo ou tão inteiro.
Mas é o meu sorriso preferido.
É meio indeciso, meio nervoso, meio inseguro. É um sorriso que não sabe com certeza se deve rir. Um sorriso de quem está pensando alguma coisa suspeita, alguma coisa que não se pode adivinhar. E ninguém sabe. Ninguém precisa saber.
Ninguém precisa entender o que eu não saberia explicar.
Se torna o bastante sorrir de volta.
E então eu sei, que se eu tivesse que ir, arrumar a bagagem e partir, levaria comigo os instantes, os motivos e os porquês desse sorriso.
E teria o meu mundo na mochila. Meu mundo no sorriso de alguém.
SELADA.
Selos recebidos nas últimas semanas.
Muito obrigada pela lembrança e pela atenção dos que os enviaram.
- http://puffybreath.blogspot.com/
- http://thiagogaru.blogspot.com/
Recomendo a leitura de ambos os blogs acima, onde sempre encontro algo de proveitoso a acrescentar, em termos de conhecimento, ideias, opiniões e mesmo sentimentos.
Muito obrigada pela lembrança e pela atenção dos que os enviaram.
- http://puffybreath.blogspot.com/
- http://thiagogaru.blogspot.com/
Recomendo a leitura de ambos os blogs acima, onde sempre encontro algo de proveitoso a acrescentar, em termos de conhecimento, ideias, opiniões e mesmo sentimentos.
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