terça-feira, 31 de agosto de 2010
sexta-feira, 27 de agosto de 2010
Sorrir: contrair ligeiramente em contentamento
quinta-feira, 26 de agosto de 2010
Zusak
"A gente se senta nos degraus da escada da frente, metade dos quais está na sombra, e a outra metade, toda iluminada pelo sol. Obviamente, eu fico na parte da sombra e o Tommy se senta na luz. Mais simbólico do que isso, impossível.
Pela primeira vez no dia eu me sinto bem, conversando ali com meu irmão, trocando perguntas e respostas rápidas.
(...) Quando estou descendo as escadas, ele diz:
- Depois te dou uma ligada, Ed, pra marcar alguma coisa.
Só que, mais uma vez, não dá pra engolir essa. Eu me viro com uma tranquilidade que surpreende até a mim.
- Duvido muito que você ligue para mim, Tommy.
Que sensação boa! É bacana emergir das mentiras.
Tommy concorda.
- Você tem razão, Ed.
Ainda somos irmãos, e quem sabe? Talvez um dia. Tenho certeza de que um dia a gente vai se encontrar, se lembrar e falar sobre uma porrada de coisas. Coisas maiores do que a faculdade e a Ingrid.
Só que ainda vai levar um tempo.
Por enquanto, vou cruzando a grama do jardim e digo:
- Tchau, Tommy. Obrigado por vir falar comigo - e estou satisfeito apenas com uma coisa:
Eu queria ficar na varanda com ele até o sol brilhar sobre nós dois, mas não fiquei. Eu me levantei e desci as escadas. Prefiro correr atrás do sol a esperar que ele venha incidir sobre mim."
(ZUSAK, Markus. Eu sou o mensageiro. Rio de Janeiro: 2007)
terça-feira, 24 de agosto de 2010
And my heart still beats inside
Foi quando aconteceu: risco por risco, traço por traço, você apagou todas as rachaduras dos meus contornos perfeitos. E me devolveu os corações. Inteiros, soltos, simétricos. Você me entregou o caderno aberto e, erguendo uma das suas sobrancelhas, você me sorriu. Então eu soube que aquele seu cuidado com tamanha fragilidade era, na verdade, para mim; para que eu me apoiasse em você e talvez conseguisse ser mais forte. Aquela sua paciência era somente para que o meu próprio coração se sentisse novamente inteiro. E aquele seu sorriso, aliás, era quase o próprio choque de tudo em mim voltando a bater. Porque naquele momento tão terno e tão simples, você me salvou.
E dali em diante eu entendi que, às vezes, seria essencial apagar as rachaduras. E simplesmente continuar batendo.
domingo, 22 de agosto de 2010
Dia 22
sábado, 21 de agosto de 2010
I'll never forget you
- Mãe, eu não me lembro do resto...
- Mas é assim mesmo... a gente sonha toda noite, só que às vezes se esquece.
E, de repente, eu senti um medo enorme de esquecer.
quinta-feira, 19 de agosto de 2010
I always really knew
As minhas palavras às vezes fogem para que esse sentimento venha e me ocupe tão completamente quanto merece - e precisa - ocupar. As minhas palavras, que sempre me pareceram tão próximas, se afastam porque querem nos ver como eu não vejo: assim de longe, à espreita e bem discretamente, para que você não perceba, nem se esconda. As minhas palavras soltam as minhas mãos para que você as segure com mais firmeza, com mais encaixe. E eu me deixo segurar entre esses seus sorrisos interrogativos, entre essas suas expressões soltas e recortadas, que se cravam aqui dentro sem me ferir. Estar ao seu lado me cura, entenda isso: você não me fere. Nem mesmo perder as palavras me machuca, porque nesses momentos eu me encontro mais nítida e inteira do que jamais estive. E em seguida as palavras voltam, como um sopro de ar que me faltasse, para depois devolver o mesmo fôlego de antes. Elas voltam para que eu possa materializar essas sensações todas, ainda que apenas para mim mesma, apenas para nós dois, com esse cuidado nascido da ideia de que mais ninguém precisa ouvir. Elas voltam quietas, sussurradas, abafadas e quase inaudíveis... mas eu as pronuncio, como pronunciaria com as suas mãos vendando os meus olhos: eu sempre soube que seria você.
quarta-feira, 18 de agosto de 2010
Dentro
terça-feira, 3 de agosto de 2010
Amizade: s.f. Benevolência; Afeição
segunda-feira, 2 de agosto de 2010
Desperte
Escolha uma dessas loucuras bobas, que nada atropelam, que a ninguém machucam, que nenhum mal provocam... escolha qualquer uma de suas loucuras adormecidas, e a desperte. Para que não te tornes uma dessas pessoas cansadas, que trazem sempre consigo a sensação nauseante de sustentar o peso do universo nas costas. E se perdoe, e se permita não precisar sustentá-lo. Desperte uma dessas loucuras antes de adormecer, antes de desbotar e confundir-se com aquelas coisas que se perdem de nós pelo caminho. E não se perca.