Querido Minha Neologia,
Estou escrevendo do mesmo lugar de onde escrevi tantas outras vezes. Mas escrevo com o sentimento dos iniciantes afoitos, que mergulham nas aventuras inesperadas que lhe aparecem, porque você foi uma das mais doces aventuras que me apareceram.
Escrevo para lhe enviar as vibrações mais profundas de minhas saudades. E para contar-lhe que desistir temporariamente de escrever, foi como abrir mão de uma parte do que havia para ser vivido. Não escrever é viver menos. Mesmo que meus cadernos continuem sendo preenchidos com as minhas anotações particulares, há essa falta silenciosa de compartilhar palavras e uni-las a outras – de outras ideias, de outros lugares, de outras vidas. Há essa necessidade faminta de possuir um sopro de outras existências além da minha, e de soprar mais forte para alcançar outras pessoas que também queiram sentir-se vivas.
Escrevo porque eu talvez não tenha encontrado (ainda) as respostas que procurava ao me despedir. Mas encontrei cenas lindas que preciso descrever, e motivos nobres que me fizeram compreender como é possível ser tão pulsante, dentro de um mundo tantas vezes inerte. A verdade, é que eu lhe escreveria mesmo que não houvesse encontrado nada – e confesso que dentro de mim ainda há muito que está difuso e embaralhado – somente para que esse nada passasse a significar algo às vistas de mais alguém. Meus nadas possuem carências de significado. Estou sempre precisando que enxerguem singularidade em meus atos mais plurais e generalizados. E encontro aqui uma espécie de depósito para meus carentes e (in)significantes nadas; para minha fé, para meu tempo e para mim mesma.
Escrevo como quem escreve um cartão postal de algum paraíso paradisíaco, ou de alguma ruela medieval congelada no tempo. Escrevo como quem envia notícias de longe, bem longe, para fazer-se sentir um pouco mais perto de algum lugar semelhante a um lar. Escrevo como quem sela uma carta, como quem remete parágrafos nostálgicos a um amigo distante, ou como quem engarrafa uma mensagem antes de arremessá-la ao mar. Isso: escrevo engarrafando as minhas palavras. Estou vivendo, Minha Neologia, não se preocupe. Estou vivendo anos em dois ou três dias, e em outras épocas vivendo algumas horas isoladas numa semana inteira. Mas sinto a vida pulsando enquanto engarrafo as palavras. Eu vivo. E desejo que elas se tornem meu pedido secreto a qualquer um que encontrá-las.
A você, que esteve lendo: viva.
Estou feliz que tenha voltado, e como dizes, escrever é viver. Não deixe de fazer isso, pois. É um prazer imenso presenciar a sua vida se formando em palavras tão bem organizadas.
ResponderExcluirFeliz por ter voltado. Você sabe que o seu brilho engrandece meus dias. E não sabes o quanto me fez falta. Ler suas palavras, sentir em cada letra esses sentimentos transbordantes e tão intensos. Essa doçura de sempre andar na ponta dos dedos em cada frase escrita. esse toque de flocos de algodão que só você sabe dar nas palavras. fazendo delas uma imagem nova. E pra ser bem claro. você é importantíssima. E não sabe o quanto eu te admiro. Não só pelo que escreve, mas também pelo que demonstra ser pelo que escreve.
ResponderExcluirE agora eu até me animo mais um pouco da minha tristeza, pois sei que você vai voltar a alimentar minha alma com doçuras escritas.
E que dessa saudade que eu senti de você a melhor parte foi ver que você sempre está aqui e sempre vai estar, sim, sempre vai. Porque nunca deixou de estar.
Beijos.
Que bom que voltou Larissa *-*
ResponderExcluirSeus textos fazem muita falta na blogosfera e na minha vida, pode acreditar.
Adorei esse post, principalmente essa frase que traduz o que eu também penso: Não escrever é viver menos. Vamos viver então, sem deixar de escrever e de lotar nossos cadernos com palavras com ou sem sentido.
beijão!
Fico muito, muito, muito feliz por você ter voltado. De verdade. Sempre admirei e adorei suas palavras, são de extrema intensidade. Coisa que amo com todo meu coração.
ResponderExcluirQue bom que agora terei sempre algo seu pra ler, obrigado por voltar. *-*
E fique bem, sua linda.
Ai flor, fiquei tão mas tão feliz de tu ter voltado!
ResponderExcluirSeus textos fazem falta, suas palavras sábias.
Bem vinda de volta!
Beijos
Eu sabia que voce não resistiria .. rs'
ResponderExcluirAqui é, realmente seu lar .. e mais .. é parte de voce .. seus sentimentos e pensamentos estão todos aqui. *------*
É ótimo poder (re)ler suas palavras doces e suaves.. também senti saudades.
beijos, beijos.
O Minha Neologia e cada palavra sua foram um achado para mim, Lari.
ResponderExcluirElas veem como flechas em meio peito, toda vez que leio e relembro. E não pense que são das ponte-agudas, que machucam. Na verdade são as que trazem sutento e paz de espírito, para um, que vez em quando está tão cansado.
Quebrei o que disse, naquele dia em que disse que viria na mesma noite para lê-la e comentá-la, mas, cá estou. Feliz por tê-los de volta!
Sejam bem-vindos, meus queridos!