
Abrir lentamente os olhos. Olhar minha própria mão sobre o travesseiro. Aproximá-la do rosto. E ter certeza de que horas antes ela segurava a sua. Então fechar novamente os olhos. Sentir qualquer fração restante do seu perfume misturado ao meu. Relaxar preguiçosamente os músculos e ensaiar um dos meus sorrisos bobos - nesse instante sonolento e, por isso, mais bobo - pensando em como há também uma fração do seu toque guardada na minha pele. Me entregar aos mesmos sonhos e, portanto, estar entregue aos seus braços; aos seus olhos que se abrem instantaneamente quando fecho os meus. E adormecer finalmente, admitindo que o dia seguinte, e que todos os outros dias seguintes, não me trarão outra certeza diferente desta: tê-lo é exatamente toda a paz que desejo para mim.