Quando eu era pequena, esperava o Papai Noel.
Eu acreditava que ele traria, com as renas de narizes vermelhos, os presentes que eu esperava ganhar.
Depois, esperei o Coelho da Páscoa. Eu acreditava que ele enviaria ovos de chocolate e os esconderia para que eu encontrasse.
Depois, esperei os sete anões. Eu acreditava que poderia ser a Branca de Neve, e aguardava uma madrasta malvada com sua cesta de maçãs envenenadas.
Depois, esperei me mudar para um vilarejo. Eu acreditava que me transformaria na Bela, e conheceria uma Fera em seu castelo com candelabros e chaleiras falantes.
Depois, esperei as Fadas Madrinhas. Eu acreditava que elas me transformariam até a meia-noite em tudo que eu quisesse ser.
Então depois, eu cresci.
E por alguma coisa sem nome, eu ainda continuo esperando.
quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009
sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009
Confetes ao acaso.
É Carnaval.
Enquanto ela faz as malas, guarda dobradas todas as coisas que a ensinaram a dobrar. As roupas, os perfumes, as toalhas, os remédios e algumas curas. Tudo dobrado para não amassar na viagem. Nem mesmo ela sabe exatamente para onde vai. Mas vai levando o que precisa. Vai levando o que não pode deixar para outras pessoas cuidarem enquanto estiver fora. Seus medos, para quando estiver sozinha no escuro. Seus sonhos, para vestir quando fechar os olhos. Seus sorrisos, para quando falarem alguma coisa não muito engraçada, mas for educado sorrir. Suas fantasias, não necessariamente para brincar com mascarados pelas ruas, mas para sentir-se ao menos um pouco mais adequada dentro do mundo; uma alternativa que a faça sentir-se parte, não excesso. Ela vai levando.
Diante da janela passam aqueles gritos empolgados, aquelas orquestras tocando, aquelas risadas alegres e divertidas. Passam bailarinas, fadas, princesas, rainhas, coelhos, anjos, demônios, índios, heróis, noivas, gladiadores e personagens de desenho animado. Todos dançam no mesmo ritmo, que não é nada além de um conjunto de ritmos diferentes no compasso em sincronia.
Ela se encanta com aqueles rostos. Admira como se admira uma vitrine, porque sabe que não se encaixaria naquele contexto. Que pena, parece bom.
Então ela fecha as malas. Tudo está pronto, tudo ficará bem. E os rostos passam, afastando-se pouco a pouco. Lembrando que foi assim no começo, e haverá de ser sempre até o final - ela de um lado, o mundo no oposto.
Frente e verso de uma mesma folha, salpicada de confetes que jogaram ao acaso.
Enquanto ela faz as malas, guarda dobradas todas as coisas que a ensinaram a dobrar. As roupas, os perfumes, as toalhas, os remédios e algumas curas. Tudo dobrado para não amassar na viagem. Nem mesmo ela sabe exatamente para onde vai. Mas vai levando o que precisa. Vai levando o que não pode deixar para outras pessoas cuidarem enquanto estiver fora. Seus medos, para quando estiver sozinha no escuro. Seus sonhos, para vestir quando fechar os olhos. Seus sorrisos, para quando falarem alguma coisa não muito engraçada, mas for educado sorrir. Suas fantasias, não necessariamente para brincar com mascarados pelas ruas, mas para sentir-se ao menos um pouco mais adequada dentro do mundo; uma alternativa que a faça sentir-se parte, não excesso. Ela vai levando.
Diante da janela passam aqueles gritos empolgados, aquelas orquestras tocando, aquelas risadas alegres e divertidas. Passam bailarinas, fadas, princesas, rainhas, coelhos, anjos, demônios, índios, heróis, noivas, gladiadores e personagens de desenho animado. Todos dançam no mesmo ritmo, que não é nada além de um conjunto de ritmos diferentes no compasso em sincronia.
Ela se encanta com aqueles rostos. Admira como se admira uma vitrine, porque sabe que não se encaixaria naquele contexto. Que pena, parece bom.
Então ela fecha as malas. Tudo está pronto, tudo ficará bem. E os rostos passam, afastando-se pouco a pouco. Lembrando que foi assim no começo, e haverá de ser sempre até o final - ela de um lado, o mundo no oposto.
Frente e verso de uma mesma folha, salpicada de confetes que jogaram ao acaso.
SELADA.
Indicado pelo BLOG DO CHICO: http://blog-chico.blogspot.com/
1) Exibir a imagem do selo "Seu blog é ROXIE!" e escrever essas regras abaixo dele.
1) Exibir a imagem do selo "Seu blog é ROXIE!" e escrever essas regras abaixo dele.
2) Colocar quem te deu o selo nos seus blogs indicados (amigos).
3) Escrever 5 coisas que são ROXIE (1ª sobre música, 2ª sobre televisão e cinema, 3ª três países que gostaria de conhecer, 4ª três cores favoritas e 5ª três hobbies)
4) Indicar 10 blogs que você ache ROXIE.
5) Avise a pessoa.
As cinco coisas ROXIE:
1ª – sobre música.
1ª – sobre música.
Não tenho um estilo musical definido. Não sei responder às perguntas sobre que tipo de música eu escuto limitadamente. Gosto de música. Por letra, por ritmo, por banda, por motivo. Não por gênero musical.
2ª – sobre televisão e cinema.
2ª – sobre televisão e cinema.
Televisão hoje em dia não oferece as opções para que eu comente muito sobre o assunto. Mas ainda acho que seja um grande meio de comunicação das massas, já que nem todos tem acesso à internet, ainda que isso pareça inacreditável. Acho o cinema incrível. O lançamento dos filmes, a expectativa em torno dos artistas e dos enredos. Ir ao cinema assemelha-se a um evento. Por mais simples que seja, sempre me satisfaz.
3ª – três países que gostaria de conhecer.
3ª – três países que gostaria de conhecer.
Brasil, Irlanda, Canadá.
4ª – três cores favoritas.
Cor de rosa, azul marinho, vermelho vinho.
5ª – três hobbies.
5ª – três hobbies.
Escrever, reescrever e ler.
Indicar 10 blogs.
Sintam-se indicados os que quiserem seguir a sequência.
Indicar 10 blogs.
Sintam-se indicados os que quiserem seguir a sequência.
quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009
O futuro é aqui.
Tem coisas que a gente vive e pensa, “como vai ser no futuro?”.
Para algumas dessas coisas, a gente faz planos. Organiza detalhes, como uma lista de tarefas pendurada na porta da geladeira esperando ser realizada. A gente pensa nas possibilidades, reais ou ilusórias, vai tecendo cada pedacinho desfiado da costura, emendando cada retalho, alinhavando cada fio. A gente sonha, a gente constrói com o imaginário. A gente simula as cenas - de olhos fechados a gente enxerga os finais que pretende alcançar.
Para outra parte dessas coisas, no entanto, a gente prevê que não há futuro. Acontece e ponto. Ponto final. Não achamos nem motivos que rendam as reticências. Então, enterramos o que nem mesmo chega a acontecer. Fechamos numa caixa o que poderia ter sido e não foi, e nunca será.
Até que um belo dia, nem de Março, nem de Setembro, o futuro chega. Ele não se anuncia. A gente simplesmente percebe que ele chegou. Como se fossemos convidados a dançar, e de repente já estivéssemos no meio do salão.
Não tem volta. É o futuro. Aqui. Agora.
Aquele futuro das expectativas pelo que virá ou das saudades que nunca foram. Aquele, exatamente aquele, tão distante, tão afastado. Acontecendo nesse instante.
Então, a gente percebe. Pode estar sendo frustrante, pode estar sendo válido, pode estar sendo bom, ruim, melhor, pior, encantador, empolgante, monótono, ou apenas diferente do planejado. Afinal, os planos foram desenhados num tempo que hoje, é passado. Vieram canetas para passá-los a limpo. Ou borrachas, para apagá-los.
Seja como for, é tempo de libertar-se daquilo que foi, tempo de olhar o presente, renovar as fronteiras que já não se estabelecem mais. Porque o futuro sempre chega.
E chega rápido demais.
Para algumas dessas coisas, a gente faz planos. Organiza detalhes, como uma lista de tarefas pendurada na porta da geladeira esperando ser realizada. A gente pensa nas possibilidades, reais ou ilusórias, vai tecendo cada pedacinho desfiado da costura, emendando cada retalho, alinhavando cada fio. A gente sonha, a gente constrói com o imaginário. A gente simula as cenas - de olhos fechados a gente enxerga os finais que pretende alcançar.
Para outra parte dessas coisas, no entanto, a gente prevê que não há futuro. Acontece e ponto. Ponto final. Não achamos nem motivos que rendam as reticências. Então, enterramos o que nem mesmo chega a acontecer. Fechamos numa caixa o que poderia ter sido e não foi, e nunca será.
Até que um belo dia, nem de Março, nem de Setembro, o futuro chega. Ele não se anuncia. A gente simplesmente percebe que ele chegou. Como se fossemos convidados a dançar, e de repente já estivéssemos no meio do salão.
Não tem volta. É o futuro. Aqui. Agora.
Aquele futuro das expectativas pelo que virá ou das saudades que nunca foram. Aquele, exatamente aquele, tão distante, tão afastado. Acontecendo nesse instante.
Então, a gente percebe. Pode estar sendo frustrante, pode estar sendo válido, pode estar sendo bom, ruim, melhor, pior, encantador, empolgante, monótono, ou apenas diferente do planejado. Afinal, os planos foram desenhados num tempo que hoje, é passado. Vieram canetas para passá-los a limpo. Ou borrachas, para apagá-los.
Seja como for, é tempo de libertar-se daquilo que foi, tempo de olhar o presente, renovar as fronteiras que já não se estabelecem mais. Porque o futuro sempre chega.
E chega rápido demais.
domingo, 15 de fevereiro de 2009
Fecha-se na interrogação.
E se eu te perguntasse sobre os medos que você esconde do mundo? Se eu dissesse que debaixo da cama não tem nenhum monstro além dos que você convidar para entrar, você acreditaria nisso, ou precisaria olhar mais uma vez para garantir?
Se eu comentasse a respeito das dores que o mundo sofre, você seria capaz de sofrer junto? Se eu escrevesse sobre a fome, sobre a miséria, você se sentiria desconfortável dentro da sua vida segura e previsível?
Se eu ouvisse a nossa música e te falasse que cansei das notas que ela toca, você diria que também cansou de nós, ou tentaria me convencer a continuar ouvindo o mesmo refrão?
Se uma lâmpada mágica surgisse à sua frente, você a esfregaria?
Se seus sonhos se realizassem todos, você estaria satisfeito pela eternidade ou apenas por algumas semanas? Se os ponteiros do relógio passassem a fazer o percurso inverso, o que você tentaria modificar? Se seu passado fosse alterado, onde você estaria agora?
Se suas escolhas fossem pautadas por regras, você sentaria no chão do quarto para procurar sua espontaneidade, ou deixaria que ela fosse embora?
Se fosse preciso ter respostas para tudo, você faria novas perguntas? Se pudesse decidir, você desejaria ser imortal, ou adormecer definitivamente? Se você descobrisse um universo paralelo, teria coragem de entrar nele, ou sentiria-se preso aquele em que está?
Algumas coisas esperam incansavelmente por respostas, mesmo as perguntas que nos proibimos de fazer.
Se eu comentasse a respeito das dores que o mundo sofre, você seria capaz de sofrer junto? Se eu escrevesse sobre a fome, sobre a miséria, você se sentiria desconfortável dentro da sua vida segura e previsível?
Se eu ouvisse a nossa música e te falasse que cansei das notas que ela toca, você diria que também cansou de nós, ou tentaria me convencer a continuar ouvindo o mesmo refrão?
Se uma lâmpada mágica surgisse à sua frente, você a esfregaria?
Se seus sonhos se realizassem todos, você estaria satisfeito pela eternidade ou apenas por algumas semanas? Se os ponteiros do relógio passassem a fazer o percurso inverso, o que você tentaria modificar? Se seu passado fosse alterado, onde você estaria agora?
Se suas escolhas fossem pautadas por regras, você sentaria no chão do quarto para procurar sua espontaneidade, ou deixaria que ela fosse embora?
Se fosse preciso ter respostas para tudo, você faria novas perguntas? Se pudesse decidir, você desejaria ser imortal, ou adormecer definitivamente? Se você descobrisse um universo paralelo, teria coragem de entrar nele, ou sentiria-se preso aquele em que está?
Algumas coisas esperam incansavelmente por respostas, mesmo as perguntas que nos proibimos de fazer.
terça-feira, 10 de fevereiro de 2009
Minha Neologia Na Mira.
ENTREVISTA PUBLICADA EM 8 DE FEVEREIRO, créditos ao blog http://na-minha-mira.blogspot.com/, e a Rafael Dessimon, autor das perguntas e da idéia criativa de seu blog. Agradecimentos ainda aos que estiverem lendo, porque com certeza também são parte das minhas respostas.
Larissa -Que já acho incrível pensar que tenho leitores. Mas que principalmente, ainda que não houvesse um porquê, acho escrever uma das coisas mais sensíveis e fascinantes. Não apenas do ponto de vista técnico, de passar informações, mas do ponto de vista transformador. Tranforma quem escreve, também abre as possibilidades de transformar quem lê.
Na Mira - Algo que sempre lhe convém...?
Larissa - boas companhias
Na Mira - Você faria um minuto de silêncio para...
Larissa - os ilustres desconhecidos que nunca terão um.
Na Mira - Uma vontade imensa de?
Larissa - fugir pra algum lugar.
Na Mira - Qual música não sai da tua cabeça?
Larissa - ultimamente, 'All about loving you' - Bon Jovi, deve ser porque ouvi pela primeira vez ontem.
Na Mira - Quais foram as tuas promessas pra 2009?
Larissa - minha primeira promessa, acho que talvez a única, foi passar no vestibular pra jornalismo.
Na Mira - Pra qual lugar você quer viajar?
Larissa - qualquer um do mundo, Irlanda.
Na Mira - Daqui há 10 anos, tu vai estar...
Larissa - trabalhando com algo que gosto de fazer, escrevendo, de forma útil, e buscando as realizações, não apenas profissionais.
Na Mira - Que tipo de frase é a sua cara?
Larissa - adoro frases feitas, as subjetivas, que por várias épocas não deixam de ser reflexo das pessoas.
Na Mira - Você costuma andar de ônibus? O que você faz para passar o tempo quando está esperando o ônibus na parada?
Larissa - não costumo andar de ônibus, mas esperando na parada, eu provavelmente ficaria pensando nas minhas proprias bobagens do dia-a-dia, imaginando o que fazer amanhã, o que falar, o que aconteceria se.. essas coisas.
Na Mira - Qual foi a melhor coisa que lhe aconteceu na última semana?
Larissa - reencontrar meus amigos.
Na Mira - você tem um blog chamado "Minha Neologia" o que te fez fazer um blog? pq?
Larissa - sempre gostei de escrever, mas nos dois últimos anos ganhei a noção de que isso, de alguma forma, poderia ser útil, poderia alcançar outras pessoas e fazer algum tipo de diferença pra elas. Uma amiga minha tinha um blog (Bia), e me deu a sugestão, então resolvi publicar as coisas que antes eu pensava sozinha, e guardava escritas pra mim mesma. Sempre tive diário, de papel mesmo, esse blog é como um diário, mas não é só meu, e essa é a melhor parte.
Na Mira - Nele você fala sobre sentimentos, á um post nele que vc fala sobre "ROMANCE ENJOA" voce acredita nisso?
Larissa - Não para minha vida. Romances nunca me enjoam. Mas acredito que as pessoas em geral, tendem a julgar romances como coisas melosas, melodramáticas, e para os que pensam assim, romance enjoa mesmo. Não falo apenas de romance como gênero literário ou filme de histórias amorosas, me refiro ao romance de rotina, o mais simples, que a gente leva todos os dias pras situações corriqueiras.
Na Mira - Um lema de vida?
Larissa - Nunca pensei num lema de vida. Mas gosto de uma frase de Eleanor Roosevelt que diz: 'ninguém pode te fazer infeliz sem o seu consentimento'.
Na Mira - Se descreva em um paragrafo?
Larissa - Era uma menina que acreditava em princesas, hoje me esforço pra acreditar na palavra futuro. Tenho alguns planos. Gosto de regras seguidas, gosto de regras quebradas. Acho que a cada dia eu mudo um pouco. Às vezes tenho a sensação de que as pessoas ao meu redor mudam menos rapidamente. Hoje posso estar achando inacreditável algo que fiz ontem. Como se mudar fosse quase uma condição estável de mim mesma. E talvez amanhã, eu escrevesse esse parágrafo de uma forma totalmente diferente.
Na Mira - A internet é boa porque...
Larissa - coloca o mundo em interação.
Larissa -Que já acho incrível pensar que tenho leitores. Mas que principalmente, ainda que não houvesse um porquê, acho escrever uma das coisas mais sensíveis e fascinantes. Não apenas do ponto de vista técnico, de passar informações, mas do ponto de vista transformador. Tranforma quem escreve, também abre as possibilidades de transformar quem lê.
Na Mira - Algo que sempre lhe convém...?
Larissa - boas companhias
Na Mira - Você faria um minuto de silêncio para...
Larissa - os ilustres desconhecidos que nunca terão um.
Na Mira - Uma vontade imensa de?
Larissa - fugir pra algum lugar.
Na Mira - Qual música não sai da tua cabeça?
Larissa - ultimamente, 'All about loving you' - Bon Jovi, deve ser porque ouvi pela primeira vez ontem.
Na Mira - Quais foram as tuas promessas pra 2009?
Larissa - minha primeira promessa, acho que talvez a única, foi passar no vestibular pra jornalismo.
Na Mira - Pra qual lugar você quer viajar?
Larissa - qualquer um do mundo, Irlanda.
Na Mira - Daqui há 10 anos, tu vai estar...
Larissa - trabalhando com algo que gosto de fazer, escrevendo, de forma útil, e buscando as realizações, não apenas profissionais.
Na Mira - Que tipo de frase é a sua cara?
Larissa - adoro frases feitas, as subjetivas, que por várias épocas não deixam de ser reflexo das pessoas.
Na Mira - Você costuma andar de ônibus? O que você faz para passar o tempo quando está esperando o ônibus na parada?
Larissa - não costumo andar de ônibus, mas esperando na parada, eu provavelmente ficaria pensando nas minhas proprias bobagens do dia-a-dia, imaginando o que fazer amanhã, o que falar, o que aconteceria se.. essas coisas.
Na Mira - Qual foi a melhor coisa que lhe aconteceu na última semana?
Larissa - reencontrar meus amigos.
Na Mira - você tem um blog chamado "Minha Neologia" o que te fez fazer um blog? pq?
Larissa - sempre gostei de escrever, mas nos dois últimos anos ganhei a noção de que isso, de alguma forma, poderia ser útil, poderia alcançar outras pessoas e fazer algum tipo de diferença pra elas. Uma amiga minha tinha um blog (Bia), e me deu a sugestão, então resolvi publicar as coisas que antes eu pensava sozinha, e guardava escritas pra mim mesma. Sempre tive diário, de papel mesmo, esse blog é como um diário, mas não é só meu, e essa é a melhor parte.
Na Mira - Nele você fala sobre sentimentos, á um post nele que vc fala sobre "ROMANCE ENJOA" voce acredita nisso?
Larissa - Não para minha vida. Romances nunca me enjoam. Mas acredito que as pessoas em geral, tendem a julgar romances como coisas melosas, melodramáticas, e para os que pensam assim, romance enjoa mesmo. Não falo apenas de romance como gênero literário ou filme de histórias amorosas, me refiro ao romance de rotina, o mais simples, que a gente leva todos os dias pras situações corriqueiras.
Na Mira - Um lema de vida?
Larissa - Nunca pensei num lema de vida. Mas gosto de uma frase de Eleanor Roosevelt que diz: 'ninguém pode te fazer infeliz sem o seu consentimento'.
Na Mira - Se descreva em um paragrafo?
Larissa - Era uma menina que acreditava em princesas, hoje me esforço pra acreditar na palavra futuro. Tenho alguns planos. Gosto de regras seguidas, gosto de regras quebradas. Acho que a cada dia eu mudo um pouco. Às vezes tenho a sensação de que as pessoas ao meu redor mudam menos rapidamente. Hoje posso estar achando inacreditável algo que fiz ontem. Como se mudar fosse quase uma condição estável de mim mesma. E talvez amanhã, eu escrevesse esse parágrafo de uma forma totalmente diferente.
Na Mira - A internet é boa porque...
Larissa - coloca o mundo em interação.
domingo, 8 de fevereiro de 2009
A gente dá um jeito.
Nunca tinha me dado conta sobre como é nobre dizer a alguém que "a gente dá um jeito".
Uma frase solta ao acaso, que não chega a ser extensa, mas que invariavelmente, faz uma enorme diferença.
Dizer que "a gente dá um jeito" é como assegurar que tudo dará certo. Provar a quem se quer bem, que aquela pessoa não está sozinha, e que seus problemas encontrarão todos uma solução. Haverá algum jeito, uma saída, uma porta aberta, uma janela sem grades, páginas restantes em branco, lápis apontados, uma música preparada para tocar. É como renovar as reservas de esperança.
Ninguém garante que seja verdade. Ninguém pode apostar ou assegurar esse "jeito". Mas seja como for, vale as expectativas e os planos deixados em pausa para se realizar.
É uma mania comum a todos.
Essa fé inabalável, esses desejos incansáveis, essa vozinha desesperada dizendo que o faz de conta realmente existe, e pode ter um final feliz.
Alguns dizem que é a nossa consciência. Mas deve ser antes e provavelmente, a parte mais irracional, a parte mais inconsciente, que às vezes nem sequer conhecemos. O contrário do óbvio. O lado não calculista. E é justamente daí que nasce a sensação: "dá-se um jeito".
Para aqueles que se sentem perdidos, suspensos entre sanidade e loucura; aos que imaginam estrelas intocáveis e se frustram com sua distância; aos que tornam cinza as idéias coloridas; aos leigos que dizem amém, apenas por não saberem em quem mais confiar; aos que perderam a noção de justiça, e pensam que continuar não seja nada além de uma obrigação diante dos instintos de sobrevivência; aos que guardaram em caixas as suas aventuras malucas, que fariam valer a pena toda uma vida; a todos esses, deveria ser dito, pelo lado insensato e indestrutivelmente esperançoso, que sim, há um caminho alternativo. Há uma solução.
E se não houver, "a gente dá um jeito".
Uma frase solta ao acaso, que não chega a ser extensa, mas que invariavelmente, faz uma enorme diferença.
Dizer que "a gente dá um jeito" é como assegurar que tudo dará certo. Provar a quem se quer bem, que aquela pessoa não está sozinha, e que seus problemas encontrarão todos uma solução. Haverá algum jeito, uma saída, uma porta aberta, uma janela sem grades, páginas restantes em branco, lápis apontados, uma música preparada para tocar. É como renovar as reservas de esperança.
Ninguém garante que seja verdade. Ninguém pode apostar ou assegurar esse "jeito". Mas seja como for, vale as expectativas e os planos deixados em pausa para se realizar.
É uma mania comum a todos.
Essa fé inabalável, esses desejos incansáveis, essa vozinha desesperada dizendo que o faz de conta realmente existe, e pode ter um final feliz.
Alguns dizem que é a nossa consciência. Mas deve ser antes e provavelmente, a parte mais irracional, a parte mais inconsciente, que às vezes nem sequer conhecemos. O contrário do óbvio. O lado não calculista. E é justamente daí que nasce a sensação: "dá-se um jeito".
Para aqueles que se sentem perdidos, suspensos entre sanidade e loucura; aos que imaginam estrelas intocáveis e se frustram com sua distância; aos que tornam cinza as idéias coloridas; aos leigos que dizem amém, apenas por não saberem em quem mais confiar; aos que perderam a noção de justiça, e pensam que continuar não seja nada além de uma obrigação diante dos instintos de sobrevivência; aos que guardaram em caixas as suas aventuras malucas, que fariam valer a pena toda uma vida; a todos esses, deveria ser dito, pelo lado insensato e indestrutivelmente esperançoso, que sim, há um caminho alternativo. Há uma solução.
E se não houver, "a gente dá um jeito".
sábado, 7 de fevereiro de 2009
Pisque os olhos.
As coisas acontecem tão rápido que às vezes a gente nem percebe.
Você pisca os olhos. E é só isso.
Seu sonho se torna realidade. Pisque. Seus planos se concretizam ou você, por uma simples falta de tempo disponível, vai deixando-os para depois.
Sua árvore preferida, onde antes havia um balanço de madeira pendurado com duas cordas, começa a deixar que caiam as folhas. Pisque. Você já não se balança, então isso pouco te importa.
Seus desenhos animados de super heroínas dão lugar aos noticiários, que te informam sobre aquilo que você precisa ouvir, mesmo que talvez não queira saber. Você pensava que mudaria mundo. Piscou os olhos, e lá estava o mundo modificando você.
Sua família já não está naquele porta retrato. Ela cresceu, depois diminuiu, depois cresceu outra vez. Novos rostos nasceram, outros se foram e não vão mais voltar. Foi preciso outra foto, e você nem reparou.
Suas manias eram defeitos infantis. Pisque. Elas são aquilo que te mantém, como dizem, ‘especial’ diante do restante das pessoas. Você odeia comparações, mas é assim que funciona. E quando te comparam com todos os outros, aglomerados numa multidão, suas manias são aquilo que te faz ser diferente. Nem que seja, ao menos, reconhecível.
Um dia desses, você estava chorando no pátio, porque não sabia o que era um colégio, e queria voltar para sua casa, para se esconder debaixo do cobertor cor de rosa. No outro dia, você não queria voltar tão cedo, porque a brincadeira estava ficando divertida. Depois lá estava você, usando caneta pela primeira vez. Hoje, você amplia seus pontos de vista. Já sabe o que é colégio, já sabe que pode voltar sozinha para casa. Quer saber até onde o mundo alcança. Ou até onde você tem possibilidades de alcançá-lo.
Seus amigos brincavam de correr com você. Pisque. Hoje eles falam sobre assuntos que nem sempre te interessam.
Seu pai costumava dizer que você era uma princesa, e te fazia acreditar em encantamentos. Você piscou. E como numa dessas histórias encantadas, a magia deixou de ser tão verossímil.
Não havia nada de pretensioso quando, pela primeira das vezes, você olhou para aquele sorriso. Pisque. Hoje, ele te dá a capacidade de sorrir também. Duas mãos se encaixam por uns minutos, e talvez elas nunca mais possam separar-se. Depende de quem as encaixou. Pisque. E elas se juntam novamente.
Você precisava escolher qual a sua cor preferida. Uma piscada. Agora você precisa escolher o que fazer com toda a sua vida. Suas ideologias, suas crenças e seus valores. Não é mais simples como vermelho ou azul.
Você tenta segurar os olhos abertos, mas é lutar com o incontrolável. As coisas giram, não é só a órbita do mundo. E são tão rápidas que surgem e desaparecem num estalar de dedos. Num piscar de olhos. Você pode dizer que não é verdade, que é tudo permanente, imutável, seguro e absoluto.
Então prove. Pisque.
Você pisca os olhos. E é só isso.
Seu sonho se torna realidade. Pisque. Seus planos se concretizam ou você, por uma simples falta de tempo disponível, vai deixando-os para depois.
Sua árvore preferida, onde antes havia um balanço de madeira pendurado com duas cordas, começa a deixar que caiam as folhas. Pisque. Você já não se balança, então isso pouco te importa.
Seus desenhos animados de super heroínas dão lugar aos noticiários, que te informam sobre aquilo que você precisa ouvir, mesmo que talvez não queira saber. Você pensava que mudaria mundo. Piscou os olhos, e lá estava o mundo modificando você.
Sua família já não está naquele porta retrato. Ela cresceu, depois diminuiu, depois cresceu outra vez. Novos rostos nasceram, outros se foram e não vão mais voltar. Foi preciso outra foto, e você nem reparou.
Suas manias eram defeitos infantis. Pisque. Elas são aquilo que te mantém, como dizem, ‘especial’ diante do restante das pessoas. Você odeia comparações, mas é assim que funciona. E quando te comparam com todos os outros, aglomerados numa multidão, suas manias são aquilo que te faz ser diferente. Nem que seja, ao menos, reconhecível.
Um dia desses, você estava chorando no pátio, porque não sabia o que era um colégio, e queria voltar para sua casa, para se esconder debaixo do cobertor cor de rosa. No outro dia, você não queria voltar tão cedo, porque a brincadeira estava ficando divertida. Depois lá estava você, usando caneta pela primeira vez. Hoje, você amplia seus pontos de vista. Já sabe o que é colégio, já sabe que pode voltar sozinha para casa. Quer saber até onde o mundo alcança. Ou até onde você tem possibilidades de alcançá-lo.
Seus amigos brincavam de correr com você. Pisque. Hoje eles falam sobre assuntos que nem sempre te interessam.
Seu pai costumava dizer que você era uma princesa, e te fazia acreditar em encantamentos. Você piscou. E como numa dessas histórias encantadas, a magia deixou de ser tão verossímil.
Não havia nada de pretensioso quando, pela primeira das vezes, você olhou para aquele sorriso. Pisque. Hoje, ele te dá a capacidade de sorrir também. Duas mãos se encaixam por uns minutos, e talvez elas nunca mais possam separar-se. Depende de quem as encaixou. Pisque. E elas se juntam novamente.
Você precisava escolher qual a sua cor preferida. Uma piscada. Agora você precisa escolher o que fazer com toda a sua vida. Suas ideologias, suas crenças e seus valores. Não é mais simples como vermelho ou azul.
Você tenta segurar os olhos abertos, mas é lutar com o incontrolável. As coisas giram, não é só a órbita do mundo. E são tão rápidas que surgem e desaparecem num estalar de dedos. Num piscar de olhos. Você pode dizer que não é verdade, que é tudo permanente, imutável, seguro e absoluto.
Então prove. Pisque.
Assinar:
Postagens (Atom)