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Da minha janela mais aberta e ainda limitada, o mundo parece correr de modo previsível, inclusive quando minha fração dele parece estranhamente surpreendente. Foi minha culpa? Meus passos se apressam e depois retardam, e meus dias parecem acompanhá-los - ou talvez seja o contrário. E os seus? Me sinto naquelas ondas espumantes pelas quais a maré nos arrasta, onde o mar nos engole e devolve mais inteiros. Entende? Me sinto por vezes vendada à procura de qualquer coisa que sei que não posso encontrar. Você escondeu? E me sinto assustadoramente nítida, sempre que tento camuflar minhas verdades tão aparentes. É perceptível demais? De repente tudo me denuncia: meu sorriso (es)forçadamente natural, minhas unhas mais curtas, meu cabelo mais preso, minhas frases mais apressadas. O que isso te parece? Minhas capacidades tentam assumir limites mais flexíveis, e ao mesmo tempo assumem maiores proporções - com as quais não estou completamente preparada para lidar. Você estaria? São apenas notícias, são somente recados e, quem sabe, a minha janela nem estivesse tão aberta assim. Esses sentimentos novos que me surgem são tão estranhos, tão desgastantes, tão previsíveis que... você teria previsto? Minhas palavras, minhas rimas, meus sinais, continuam nos mesmos códigos, continuam legíveis?
Na verdade eu sei: sempre foi preciso, primeiro, decodificar.